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ONU denuncia mortes de crianças no Brasil para 'limpar' o Rio

10 outubro 2015 - 14h23Por Redação Douranews

A ONU (Organização das Nações Unidas) denuncia as forças policiais no Brasil pelo "elevado número de execuções extra-judiciais de crianças" e alerta que a impunidade é "generalizada" no País. Nesta quinta-feira (8), o Comitê para o Direito das Crianças publicou informe sobre a situação da juventude no Brasil e apresentou um raio-x alarmante das condições dos menores no País. Segundo a avaliação, essa tendência de execuções e prisões ganhou impulso diante dos megaeventos esportivos e a tentativa de "limpar" o Rio de Janeiro para a Olimpíada em 2016.
A entidade alerta que o Brasil já tem uma das maiores taxas de homicídio de jovens no mundo e aponta que os menores no País passaram a ser alvo da violência da polícia, do crime organizado e de grupos de extermínio.

O informe é resultado de uma sabatina de dois dias com o governo brasileiro que, depois de dez anos, teve sua política para a infância examinada pela ONU. O resultado é um relatório que descreve uma violência aguda contra jovens. "Os desafios são enormes", declarou o presidente do Comitê, Benyam Mezmur. 

Renate Winter, vice-presidente do Comitê, alerta para a "limpeza" que tem sido promovida no Rio de Janeiro para preparar a cidade para os Jogos Olímpicos. "Existe uma onda de limpeza ocorrendo, tendo em vista o evento e como forma de mostrar ao mundo uma cidade sem esses problemas", disse. Segundo Winter, houve uma relutância do governo em responder a algumas perguntas durante a sabatina. 

Segundo Mezmur, parte das crianças foram detidas sem passar por decisões legais. Gehad Madi, perito da ONU, também denuncia a "limpeza". "Já vimos isso ocorrer de uma certa forma na Copa do Mundo em 2014 e agora estamos pedindo que seja corrigido para evitar que se repita", disse. 

Na avaliação da perita Sara Oviedo, não é novidade a chacina de crianças no Brasil. "Mas temos recebido informações concretas de que agora se trata de uma maneira de limpar a cara para receber os eventos internacionais", disse, conforme a reportagem do jornal Correio Braziliense.