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Economia

Dilma diz que volta da CPMF ainda não é descartada

02 setembro 2015 - 19h00Por Redação Douranews

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (2), em uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto, que o Orçamento enviado ao Congresso Nacional com previsão de déficit demonstra que o governo está sendo "transparente" e revela "claramente" que “há um problema".

Na segunda-feira (31), o governo entregou ao Legislativo um projeto de Orçamento que, pela primeira vez, prevê gastos maiores que as receitas. A estimativa de déficit para 2016 é de R$ 30,5 bilhões, o que representa 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional.

"Estamos evidenciando que tem um déficit. Estamos sendo transparentes e mostrando, claramente, que tem um problema. Não fugiremos da nossa responsabilidade de propor solução para o problema. Não transferiremos a responsabilidade para ninguém porque ela sempre será nossa", disse a presidente a jornalistas ao final da cerimônia que recepcionou os 56 vencedores da WorldSkills, um torneio mundial de educação profissional.

A peça orçamentária com déficit gerou impasse no parlamento. Na tarde desta terça (1), líderes da oposição chegaram a pedir, formalmente, que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), devolva ao Executivo o Orçamento do ano que vem. Os oposicionistas alegaram que cabe ao governo federal propor uma peça orçamentária com equilíbrio entre receitas e despesas, e não ao Legislativo.

Renan descartou devolver o projeto a Dilma. Segundo ele, é "papel do Congresso" melhorar o texto, e cabe ao governo federal "sugerir caminhos para a solução do déficit".

Ao justificar nesta quarta o Orçamento com previsão de déficit, Dilma disse que o governo não quer "transferir para ninguém" a responsabilidade de ajustar as previsões de despesas e receitas. Ela, entretanto, afirmou que o Executivo encaminhará complementos à proposta orçamentária para "construir" junto com o Legislativo uma alternativa.

"O governo vai, de fato, mandar [complementos ao Orçamento]. É responsabilidade dele [do governo], não queremos transferir para ninguém. O que queremos é construir juntos. Nós queremos cumprir a meta que estipulamos. Vamos buscar atingir nossa meta, vamos buscar reduzir esse déficit", destacou.

A presidente comparou o trabalho de fazer o Orçamento da União ao de uma dona de casa que precisa equilibrar o orçamento da casa. "A dona de casa, que tem de equilibrar o orçamento doméstico, discute com a família como ela vai fazer. Muitas vezes, encontra por parte da família boas sugestões. Não é algo que você deve fazer sem ouvir ninguém", citou.

CPMF

Na entrevista desta quarta Dilma também comentou a ideia abandonada no fim de semana pelo governo de propor ao Legislativo o retorno da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).

O novo tributo foi apontado por integrantes da área econômica como uma alternativa de equilibrar o Orçamento do ano vem, porém, foi duramente criticado por políticos e empresários antes mesmo de a proposta ser formalizada aos congressistas.

A presidente disse que não gosta da CPMF porque o tributo tem "complicações". Mas, embora tenha desistido do tributo, disse que não descarta "a necessidade de fontes de receita".

"Eu não estou afastando nem acrescentando nada. Eu não gosto da CPMF. Acho que a CPMF tem as suas complicações, mas não estou afastando a necsesidade de fontes de receita. Não estou. Não estou afastando nenhuma fonte de receita. Quero deixar claro, para depois, se houver a hipótese de enviarmos essa fonte, nós enviaremos", advertiu a presidente.