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Cultura

Estado guarda caderneta com anotações de Rondon

05 maio 2016 - 20h21Por Redação Douranews

A origem do Dia de Marechal Rondon é voltada para o dia do nascimento do homenageado. O dia 5 de maio também é lembrado como o Dia das Comunicações, no Brasil, e também uma homenagem a Rondon.

Em meio a tantos documentos oficiais, uma caderneta do Marechal Rondon, datada de 1905, representa um dos achados históricos de maior valia do acervo da Agraer (a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) em Mato Grosso do Sul.

Junto com outros papéis, o material passou por processo de digitalização afim de resguardar o passado e facilitar o acesso às informações históricas.

Escrita a próprio punho, as anotações retratam um pouco do cenário do Mato Grosso do Sul, até então uma área pouco explorada. Nas páginas, os registros da região que hoje forma o município de Miranda, mas que naquele período republicano era intitulada por “Vila de Miranda”.

O amarelado do papel e a graciosidade das letras dão pistas do capricho que o militar tinha na execução do ofício e o trabalho que significava uma expedição. “Com uma caderneta de campo, Rondon, que na época ainda era apenas major, desenhava croquis, fazia cálculos e ainda visitava folha por folha, muito diferente de hoje, em que tudo pode ser feito com o auxílio de um GPS”, observa o gerente de regularização fundiária e cartografia, Humberto Maciel, responsável pelo acervo da Agraer.

A capa um tanto puída, o amarelado das folhas e a beleza da grafia, somado ao fator “tempo”, traz na fragilidade da caderneta algo de valioso: um recorte da história de Mato Grosso do Sul. “Estamos diante do Papa da Agrimensura, pois foi ele quem trouxe as linhas telegráficas para o cerrado brasileiro”, conta Maciel.

A caderneta não é o único registro de Rondon catalogado pela Agraer. Há ainda outro documento (medição e demarcação da aldeia Ipegué-Cachoeirinha), situada na região que nos dias atuais pertence à cidade de Aquidauana.

“Dá para tirar muita informação com base na análise dos registros. Brinco em dizer que naquele período figuras como o Marechal, então Major, eram ‘metidos’ a poetas. Não era apenas uma descrição, havia todo um rebuscamento na linguagem e uma riqueza em detalhes para descrever desde o solo até as paisagens e os animais que por ali passavam”, diz Maciel. Rondon chegou a receber uma indicação ao Prêmio Nobel da Paz, em 1957.