“A reeleição não deu certo no País”. A opinião, unânime, é do senador eleito por São Paulo, José Serra (PSDB) e foi compartilhada pelo candidato a governador tucano em Mato Grosso do Sul, deputado Reinaldo Azambuja, no começo da tarde desta quarta-feira (22), em Dourados, onde o ex-governador paulista participou de ato político em apoio ao candidato do partido no Estado.
José Serra disse, em Coletiva de Imprensa concedida no hotel Bahamas, respondendo à pergunta do Douranews, que o instituto da reeleição só serve para o governante que entra ficar se preocupando, nos primeiros quatro anos, com o segundo mandato. Ele defendeu eleições verticalizadas, para todos os cargos, de uma vez só, e mandato único, como parte de uma ampla reforma política.
Na opinião do novo senador paulista, o Brasil precisa discutir a reforma com seriedade. “Sou inteiramente a favor do fim da reeleição, o sujeito entra e não faz as coisas que tem que fazer, já fica pensando na reeleição. Isso dificultou ainda mais a política brasileira”, comentou, para quem o sistema eleitoral também precisa ser alterado. Citou candidatos que disputam eleições no estado de São Paulo, por exemplo, sem ter nem idéia do que acontece nas regiões do Estado.
“Vou reapresentar uma proposta que institui o voto distrital puro, como exemplo para reduzir custos de campanha. Imagina a capital de São Paulo com 8 milhões de eleitores e 55 candidatos a vereador, a campanha custa uma fortuna”, comparou. Serra também é contra o eleitoral para deputados: “Só serve pro candidato dar tchauzinho pro avô, pra tia, mais nada, e para encarecer a campanha”, ironizou.
Reinaldo
O candidato a governador compartilhou da opinião de Serra, ao defender eleições gerais, assunto que já discutiu no Congresso, para que o brasileiro vote de vereador a presidente da República de uma vez só. “O governante deve entrar no Governo planejando o Governo, e não a reeleição”, propôs, ao sugerir que a reforma tributária também seja discutida.
Para o candidato a governador, a reforma tributária é necessária. A responsabilidade do Estado “ficou para os municípios”, segundo ele, enquanto se trava uma verdadeira guerra fiscal, com um emaranhado de legislações. “Precisa haver um pacto federativo, definir a questão do ICMS”. E preparar os municípios para enfrentar esse debate com técnicos capacitados.
Após a Coletiva, Reinaldo e Serra participariam de uma carreata pelos maiores bairros de Dourados, acompanhado de aliados da campanha, como o ex-candidato a governador do PMDB, Nelson Trad Filho, o deputado federal reeleito Geraldo Resende (PMDB) e os deputados estaduais reeleito Zé Teixeira (DEM) e Barbosinha (PSB), que também recepcionaram a comitiva tucana no hotel Bahamas.