A Justiça de Minas Gerais expediu o mandado para que o goleiro Bruno Fernandes seja preso novamente, na manhã desta quinta-feira (27). O documento cumpre decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que revogou a liminar que permitia ao jogador aguardar em liberdade o julgamento do recurso à sentença que o condenou pela morte da ex-namorada, Eliza Samudio.
Segundo o juiz Oilson Hoffman, da 1ª Vara Criminal de Varginha, no Sul do estado, o mandado já foi recebido e encaminhado para cumprimento na delegacia. O advogado de Bruno, Lúcio Adolfo, disse que ele cumprirá a decisão e vai se apresentar assim que for comunicado.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na tarde de terça-feira (25), mandar o goleiro Bruno de volta à prisão. Na sessão, os ministros analisaram um recurso da mãe de Eliza Samudio contra a soltura, sob o argumento de que a liberdade do goleiro colocava em risco sua própria integridade física e a de seu neto, filho de Bruno com Eliza.
O goleiro estava em liberdade desde o dia 24 de fevereiro deste ano, após uma liminar do ministro Marco Aurélio Mello, do STF. Quando concedeu habeas corpus para Bruno, o ministro Marco Aurélio entendeu que havia excesso de prazo na prisão do goleiro, e que ele tinha o direito a aguardar em liberdade a decisão sobre os recursos.
Conforme informações apuradas, assim que for preso, o goleiro deverá ser levado para o Presídio de Varginha. A unidade prisional tem capacidade para 90 detentos, mas hoje abriga 270. Mas o local definitivo de onde Bruno deve continuar a cumprir a pena ainda não está definido.
O goleiro se apresentou à Polícia Civil na tarde desta terça-feira (25), mas foi liberado pelo delegado regional de Varginha, Roberto Alves Barbosa Júnior, pois o mandado de prisão ainda não havia sido expedido. O goleiro assinou uma certidão se comprometendo a se apresentar à Justiça.
Nesta quarta-feira (26), Lúcio Adolfo disse que o jogador não precisaria ser caçado, já que tem o interesse em se entregar espontaneamente.
Bruno foi preso em 2010 e condenado em 2013 pela morte da ex-namorada Eliza Samudio. Desde março, Bruno defende o Boa Esporte, de Minas Gerais, que disputa a segunda divisão do Campeonato Mineiro. A equipe de Varginha não comentou a decisão do STF.
Condenação
Em 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e 3 meses pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samúdio e também pelo sequestro e cárcere privado do filho.
Bruno foi condenado a 17 anos e 6 meses em regime fechado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima), a outros 3 anos e 3 meses em regime aberto por sequestro e cárcere privado e ainda a mais 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver.
Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.
