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Ministro do STF diz que escalada de violência na fronteira não pode ficar impune

14 fevereiro 2020 - 13h32

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, defende cooperação maior entre o Poder Judiciário e os órgãos de investigação e segurança pública, para acabar com a escalada da violência na região de fronteira. “As execuções que ocorrem na região não podem ficar impunes”, disse o ministro ao jornal Correio do Estado.

Ao comentar os desafios para levar mais segurança à região, o ministro lembrou da execução do jornalista Leo Veras, ocorrida na noite de quarta-feira (12), em Pedro Juan Caballero, cidade fronteiriça com a sul-mato-grossense Ponta Porã. “É muito importante o trabalho coordenado das polícias para desmantelar organizações criminosas transnacionais e impedir que crimes como o que tirou a vida do jornalista Léo Veras fiquem impunes e jamais se repitam”, afirmou o presidente do Supremo Tribunal Federal.

Em meio ao anseio da população por mais segurança, o ministro assumiu o papel do Judiciário. “O Judiciário brasileiro vem sendo convocado a contribuir com soluções efetivas para enfrentar o grave problema da segurança pública em nosso país. Não há dúvidas de que o combate ao crime organizado nas áreas de fronteira pressupõe essencialmente ações integradas e efetiva cooperação institucional entre o sistema de justiça, os órgãos de investigação e de segurança pública”, explicou Toffoli.

O ministro, que, além do STF, também preside o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), lembrou que a instância máxima administrativa do Judiciário também tem buscado soluções para oferecer mais segurança aos brasileiros, especialmente aos que vivem em áreas onde há forte atuação do crime organizado, como na fronteira do Brasil com o Paraguai. “O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) iniciou uma pesquisa nacional com o objetivo de ouvir os profissionais do sistema de segurança, os policiais. São mulheres e homens que reúnem vasto conhecimento de campo para qualificar o debate nacional sobre o tema e para apoiar a articulação de respostas do Estado brasileiro na direção de soluções concretas e replicáveis”, disse.

Assassinato repercute

leo veras

O assassinato do jornalista brasileiro Lourenço Veras, conhecido como Leo Veras, na noite de quarta-feira (12), no quintal da casa dele, em Pedro Juan Caballero, motivou a reação de autoridades e entidades representativas dos jornalistas. Leo Veras, dono do site Porã News, foi executado com 12 tiros, quando jantava com a esposa, o filho e o sogro no quintal de casa. Ele tentou fugir da dupla de pistoleiros encapuzados, mas foi atingido pelas costas. Foi socorrido no hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu 18 minutos após o resgate.

A Abraki (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) cobrou agilidade na investigação. “Todo assassinato de jornalista é uma tentativa de calar o mensageiro, comprometendo a liberdade de imprensa”, declarou a entidade. Já a ABI (Associação Brasileira de Imprensa) lembrou que já havia denunciado as ameaças sofridas por Léo Veras. “Em 2013, a associação relatou o trabalho de Léo e da imprensa nesta região da fronteira, marcada principalmente pelas execuções motivadas pelo narcotráfico. A ABI publicou que o jornalista recebia várias ameaças por telefone”.