Durou um dia e meio o comando da senadora Ideli Salvatti, (PT-SC), na relatoria do Orçamento do Governo Federal para 2011. Ideli foi convidada pela presidente eleita Dilma Rousseff para assumir o Ministério da Pesca a partir de 1º de janeiro. O governo de transição entendeu que a relatoria poderia ser interpretada como conflito de interesses, ou seja: Ideli Salvatti, na condição de relatora, poderia direcionar verbas no orçamento que ela mesma terá a função de gerir a partir do próximo ano.
Com isso, a senadora Serys Slhessarenko, (PT-MT), será efetivada como a nova relatora, como explica o líder da bancada governista na Comissão de Orçamento, o deputado Gilmar Machado, do PT de Minas Gerais. “A senadora Ideli foi indicada ministra, e logicamente sobre uma ministra que vai ter que cuidar do Orçamento e depois cuidar da pasta, poderia ser colocada alguma suspeição. Nós não queremos isso. Nós queremos total transparência na votação do Orçamento e ao mesmo tempo queremos votar o Orçamento dentro do prazo”, explicou Gilmar Machado, acrescentando que “então estamos fazendo rapidamente a modificação para que a gente possa dar conta de votar o Orçamento até dia 22. Vai entrar a senadora Serys que já foi inclusive relatora da LDO a 2 anos atrás, mostrou realmente muita eficiência, muita rapidez. Isso é fundamental para que a presidente Dilma possa começar o ano com o Orçamento aprovado”, completou o deputado de Uberlândia-MG.
O senador Inácio Arruda, do PC do B do Ceará, da base governista, confirma que a prioridade neste momento do governo de transição é que Dilma tome posse com o Orçamento aprovado. “Eu considero que é o melhor para o Congresso Nacional concluir os trabalhos do ano com o Orçamento votado. Este é o melhor para o Congresso Nacional”.
Serys Slhessarenko está numa viagem de representação do Senado no México, e será efetivada como a nova relatora na segunda-feira. Ideli havia substituído na terça-feira à tarde o senador Gim Argello, do PTB do Distrito Federal, que preferiu renunciar após notícias na imprensa de que teria direcionado emendas para duas entidades de fachada em Brasília. Gim negou a acusação, mas disse ter preferido renunciar para não atrasar o cronograma de votações.
