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Opinião

Todos vulneráveis

02 abril 2020 - 19h26Por ERMÍNIO GUEDES

O cenário de guerra biológica que estamos vivendo, é algo previsível, no mundo das ciências, pois cientistas sabem dos vírus presentes em animais e no ambiente que, a qualquer momento, podem mutuar e atacar humanos, como fez o Coronavírus. Então, por que não prevenir e esperar a desgraça ocorrer?

As nações sabem, mas não previnem e o mundo econômico global menospreza para lhe facilitar resultados. Afinal, porque dificultar se o errado dá lucro? - Para poucos - diria o esclarecido - e sobram sequelas da ganância à maioria vulnerável, no mundo doente que vivemos. São muitos exemplos, como a gripe suína (H1N1), em 2009, transmitida ao homem por vírus mutantes de animais. A AIDS por HIV que, desde 1982, já infectou mais de 60 milhões de pessoas, resultando em 20 milhões de óbitos. Do mosquito Aedes aegypti, que migrou da floresta que faltou, à cidade onde proliferou e transmitiu a Zika, Dengue e Chikungunya. Outras como ebola, febre amarela, varíola e sarampo, voltando, preocupa a comunidade científica.

De fato, estamos vulneráveis e reféns dos vírus, em situação de riscos de pandemias, como ocorreu na Covid – 19. O Brasil é exemplo de vulnerabilidade trágica, de um lado, cientistas mostrando evidências de riscos da pandemia e, de outro, heresias da 'gripezinha', negando o isolamento social, indicado pela Organização Mundial de Saúde e pelo ministro da Saúde. Parece que estamos em rota de colisão, entre quem quer proteger vidas humanas e outros que desejam contar o dinheiro e os mortos.

Como resolver isso? Evidente que devemos ficar “em casa” e seguir orientações científicas, até a situação normalizar. Não há precedentes mundiais aos efeitos da Covid-19, em velocidade e agressividade. Nenhuma outra peste matou, em nenhum país do mundo, mais de 1000 pessoas/dia. Em menos de 3 meses, perto de 1 milhão de pessoas contaminadas e milhares de óbitos, além de outros assintomáticos. O Brasil está no caminho de contaminação da Europa e dos EUA, devendo gastar mais do que gostaria e menos do necessário, perto de R$ 1 trilhão. Faltando equipamentos de proteção, exames de diagnóstico e unidade social, os efeitos podem ser desastrosos.

Ou seja, os vírus são potenciais “inimigos de morte”, na cadeia de transmissão, de animais silvestres e domésticos, ao homem. Modelos socioeconômicos reduzidos desequilibram o meio ambiente e geram pandemias. A criações animais confinadas, como suínos, aves, bovinos, etc., são bombas que podem explodir, a qualquer momento, em contágios descontrolados. Da mesma forma, a engenharia genética repete inovações químicas, avançando sem o conhecimento das consequências que poderão resultar.

A natureza é um organismo vivo e perfeito, por isso reage às agressões humanas. É preciso juízo coletivo, nesta hora. Enquanto não freamos a ganância e respeitarmos as leis naturais, muito ainda estará por vir. O mundo será outro depois da Covid – 19, portanto, passemos a borracha em muitos feitos porque não terão mais validade. Nunca a igualdade foi tão presente, como agora. Pensem nisso!

* O autor é Engenheiro Agrônomo, consultor