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Concursos

Concurso da PM movimenta R$ 3 milhões só com hospedagem e alimentação em MS

09 agosto 2018 - 11h23

A realização do concurso para as vagas da PM (Polícia Militar), neste domingo (12), deverá mobilizar aproximadamente 40 mil pessoas em Mato Grosso do Sul. É a segunda vez, em um intervalo de menos de um ano, que o Estado bate recorde de inscrições em um concurso público. E a alta procura tem se mostrado relevante não só para os órgãos que qualificam o quadro de servidores, atraindo candidatos com melhores classificações, mas também para as cidades que sediam as provas, tendo em vista o volume de recursos movimentados pelos concurseiros.

Somente em relação ao concurso da PM, de acordo com dados da Fapems (a Fundação de Apoio à Pesquisa ao Ensino e à Cultura de Mato Grosso do Sul), um total de 17 mil pessoas irá se deslocar das cidades de origem para realizar a prova, 9.000 delas vindas de outros Estados. Além dos custos diretos na realização do concurso, como no pagamento das inscrições, a maior parte dos candidatos também necessitará investir em itens como hospedagem, alimentação e deslocamento, o que transforma um concurso deste porte em um grande movimentador de recursos para o Estado, especialmente nas cidades de Campo Grande e Dourados, onde as provas serão aplicadas.

De acordo com a pesquisa Preço Médio Refeição, realizada pela ABBT (a Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador) em 2017, o preço estimado para cada refeição consumida em Campo Grande é de R$ 26. Já a média de preço para hospedagem, segundo dados atualizados da Trivago (também usando a capital como referência) é de R$ 170. Considerando a estimativa da Fapems – de que pelo menos 80% dos candidatos que se deslocam de suas cidades fazem uso da rede hoteleira e de restaurantes –, somente nestes dois itens a expectativa de movimentação financeira no dia da prova gira em torno de R$ 3 milhões. Montante que não inclui o que será consumido em turismo, lazer, compras e demais despesas, ou os candidatos que, mesmo morando em Campo ou Dourados, terão despesas extras em decorrência da prova.

O aumento na busca por concursos, de acordo com o presidente da Anpac (a Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos), Marco Antonio Araújo Jr, é um dos reflexos do cenário de crise financeira vivido pelo Brasil nos últimos anos. Para ele, o momento conturbado na economia aumenta o interesse das pessoas em buscar, no concurso, a estabilidade financeira e a projeção profissional que almejam. “Um dos principais desafios da crise é a falta de emprego e nesse contexto nós temos o sujeito que estava colocado no mercado de trabalho e foi demitido, e aquele que estava fora do mercado e não consegue colocação. Para ambos, os concursos passam a ser vistos como boas alternativas profissionais”, diz Araújo.

O diretor da Anpac explica ainda que nos 10 últimos anos diversas pesquisas apontam que o salário médio no setor público é maior do que no privado, o que, somado à estabilidade, acaba aumentando a procura não só por parte daqueles que já têm perfil para a área, mas também por parte daqueles que passam a enxergar o serviço público como uma boa opção de carreira.

Alerta

Em Campo Grande, as provas do concurso serão aplicadas na Anhanguera-Uniderp, local que receberá o maior contingente de candidatos, UCDB, Uniderp Agrárias, Anhanguera e Unigran. Já em Dourados as aplicações ocorrerão na Unigran e na UFGD (Cidade Universitária). A organização do concurso recomenda aos candidatos que cheguem antecipadamente aos locais de prova, evitando transtornos com o trânsito que tradicionalmente se intensifica nos momentos que antecedem ao fechamento dos portões.