Menu
Buscarsexta, 19 de abril de 2024
(67) 99913-8196
Dourados
26°C
Tecnologia

UEMS pesquisa uso de garrafas PET em blocos de concreto

02 março 2015 - 21h11Por Redação Douranews

Pesquisa desenvolvida no curso de Engenharia Ambiental da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) mostra que é viável agregar resíduos de garrafas PET na produção de blocos de concreto e pavers (peças pré-moldadas de concreto destinadas à pavimentação). Na produção dos artefatos foram substituídos 15% da quantidade de areia por pó de garrafas.

A motivação do trabalho veio porque, estima-se, há no Brasil um consumo anual de aproximadamente 250 bilhões de unidades PET. Deste total, cerca de 4,7 bilhões são lançadas indiscriminadamente no meio ambiente e 294 mil toneladas são recicladas anualmente, segundo dados do 9º Censo da Reciclagem do PET, realizado pela Abipet (a Associação Brasileira da Indústria) desses produtos.

O estudo foi coordenado pelos professores Aguinaldo Lenine Alves, Antonio Aparecido Zanfolim e Rony Gonçalves de Oliveira, além de dez acadêmicos do curso de Engenharia Ambiental da UEMS. “O estudo em questão levou dois anos. Porém, estamos estudando novas análises neste material, como, por exemplo, medidas granulométricas e análises térmicas. Também iniciamos o processo de patente”, explica Aguinaldo Lenine Alves, para quem os testes iniciais apresentaram “resultados animadores” para resistência mecânica, porosidade e absorção de água. Os artefatos produzidos na pesquisa obtiveram classificação C, com função estrutural para uso em elementos de alvenaria acima do nível do solo.

Premiação em 2012

A pesquisa que usa resíduos de garrafa PET em fabricação de blocos de concreto começou substituindo 5% de areia por resíduos triturados de garrafas PET. Os resultados estimularam o aumento do percentual para 10% e, em seguida, para 15%. “Na sequência da pesquisa, vamos testar percentuais maiores”, diz Aguinaldo, cuja próxima meta é também atrair fabricantes de artefatos de concreto para testar os produtos no mercado.

“Na primeira fase da pesquisa, apenas uma indústria aceitou fazer os testes dos corpos de prova e de conformidade. Já as medidas de resistência mecânica, absorção de água e porosidade foram realizadas no Laboratório de Caracterização Mecânica do Cepemat (Centro de Pesquisa em Materiais) da UEMS”, completa.

O grupo que testa resíduos triturados de garrafas PET também desenvolve outro projeto: incluir o material substituto da areia em telhas de argamassa e lajotas de concreto. “O objetivo é projetar lajotas para calçamentos de passeios públicos, incorporadas com resíduos plásticos”, revela o professor.

A equipe da UEMS tem expertise em pesquisar agregados alternativos. Em 2012, a universidade ganhou uma premiação nacional pelo desenvolvimento de microconcretos que incorporaram cinza da palha de arroz. “Atualmente também estamos desenvolvendo pavers agregando cinza do bagaço da cana e borracha de câmara de ar”, finaliza o pesquisador.