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Com quase 100 mil árvores, Dourados predomina espécie que estimula propagação de pragas

27 julho 2019 - 15h56

Embora estudos apontem para a necessidade de avanços, o perímetro urbano de Dourados conta com uma arborização relativamente representativa, o que coloca a cidade entre as mais arborizadas do Estado. Conforme estudo da Fapec (Fundação de Apoio a Pesquisa ao Ensino e a Cultura) a arborização viária na área urbana de Dourados, “estimada com base na vetorização unitária dos indivíduos existentes na área de abrangência do Plano Diretor de Arborização Urbana” é de aproximadamente 94 mil árvores, resultando em 55 árvores por quilômetro de via. Nas vias públicas de Dourados foram identificadas 150 espécies de árvores. A altura média das árvores nestas vias é de 5,28 metros.

A apresentação pública do relatório-diagnóstico aconteceu na noite de quinta-feira (25), no plenário da Câmara de Dourados, em reunião realizada pelo Imam (Instituto de Meio Ambiente) em conjunto com o Legislativo. Os dados qualitativos e quantitativos das espécies arbóreas da área urbana de Dourados foram obtidos por meio do levantamento de 27 unidades amostrais, distribuídas por 27 bairros, 228 trechos de rua, 88,3 quilômetros de passeio e incluíram 5.115 árvores/tocos.

Do total de indivíduos amostrados (árvores e tocos) 4.842 (94,66%) se encontram em passeios públicos e 252 (4,93%) em canteiros centrais. Os demais (0,41%), classificados na situação “Outros”, correspondem àquelas árvores em locais fora do passeio público e canteiro; por exemplo, em rotatórias.

De acordo com o estudo, aproximadamente 63% da população de árvores existentes nas vias da cidade são compostos por 13 espécies. O restante, ou seja, 37% da população, é composto por 137 espécies que aparecem, cada uma, com uma frequência abaixo de 1%, não há uma grande representatividade destas espécies.

Dourados possui uma boa riqueza de espécies arbóreas em vias públicas, porém cabe uma atenção especial para com a espécie Oiti, que atualmente é a mais frequente, correspondendo a 33,39% (aproximadamente 34.781 indivíduos) das árvores de ruas, acima do limite de 15% recomendado pela literatura para que sejam evitados os problemas relacionados à propagação de pragas.

Os dados levantados indicam uma boa situação da arborização urbana de Dourados, com grande parte das árvores caracterizadas como de qualidade satisfatória. Todavia, algumas ações de manejo são necessárias. Entre elas, as podas de condução e as de levantamento de copa são as recomendações mais indicadas, seguidas da remoção com replantio.

No que diz respeito à fitossanidade a maioria das árvores, 62,9%, ou aproximadamente 59.127 indivíduos, podem ser considerados em bom estado, não apresentando sinais de pragas, doenças ou injúrias, porém, 26,1%, (24.534 indivíduos das árvores), requerem algum tipo de manejo. A Sibipiruna se mostrou a espécie com maior suscetibilidade, liderando os problemas fitossanitários de necrose, cupim e parasitas. O Oiti foi a espécie que apresentou maior número de indivíduos com injúrias e o Limão é a espécie que mais sofre ataque de fungos.

Dos indivíduos amostrados, 27,5% (24.534) apresentaram conflitos com a infraestrutura urbana, sendo o passeio público o mais impactado, seguido de conflitos com rede elétrica, iluminação e edificações. O número de remoções necessárias seguidas de replantio representa 5% (255 indivíduos) do total amostrado (5.115 indivíduos), e inclui indivíduos considerados complicados (gravemente infestados) ou mortos e os que apresentam forte conflito com a infraestrutura. Levando-se em conta o total vetorizado (94 mil árvores), aproximadamente 4.700 árvores deverão ser removidas seguidas de replantio.

Os afloramentos radiculares, entre aparentes e pouco aparentes, foram observados em 11% dos indivíduos amostrados. As árvores com inclinação exagerada somam 1,86%, lideradas pela Sibipiruna.

De acordo com a arquiteta urbanista do Imam, Aline Sanabria, o próximo produto do Plano Diretor são as diretrizes para a arborização urbana, como espécies e quantidades a serem plantadas e locais prioritários. “Em termos quantitativos, considerando o sugerido pela literatura para uma adequada arborização urbana, ou seja, 100 árvores a cada quilômetro de via ou uma árvore a cada 10 metros, pode-se dizer que este aspecto da arborização urbana de Dourados também requer atenção. Temos que avançar”, diz.

“Já qualitativamente a situação pode ser resumida como satisfatória, mas requerendo ações de manejo das espécies mais frequentes, tanto em termos de poda quanto em termos de proteção contra o ataque de pragas ou doenças”, conclui a urbanista do Imam.

A apresentação pública do diagnóstico foi acompanhada por representantes das quatro universidades (UFGD, UEMS, Unigran e Anhanguera), associação dos jardineiros, grupos de escoteiros, Rotarys e várias associações e entidades de classe. A Mesa foi composta pelo diretor-presidente do Imam, Welington Santana, o ex-diretor Fabiano Costa, o promotor de Justiça Amílcar Araújo Carneiro Júnior, o superintendente de construção e manutenção da Energisa, Diego Souza Silva e o arquiteto Fábio Luís da Silva, presidente do Comdam (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente) e também ex-diretor do Imam.

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