Menu
Buscarterça, 23 de abril de 2024
(67) 99913-8196
Dourados
22°C
Dourados

Inquérito Militar quer saber real participação da PM na morte de bioquímico no cinema

06 agosto 2019 - 13h33

A Promotoria de Justiça Militar do Estado encaminhou ao Corregedor da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), Coronel Voltaire Flamarion Garcia Diniz, a Notícia de Fato registrada sob o número 01.2019.00007578-8, após denúncia anônima recebida pela Ouvidoria da Procuradoria-Geral de Justiça do MPMS (Ministério Público Estadual), para a “imediata instauração de IPM (Inquérito Policial Militar) visando a apuração dos fatos noticiados, que apontam para possível existência de crime militar e crime comum” no episódio que resultou na morte do bioquímico Júlio Cesar Cerveira Filho, ocorrido no dia 8 de julho deste ano na matiné do cinema do shopping de Dourados. O autor do crime, o policial Dijavan Batista dos Santos, lotado no quartel da PMA (Polícia Militar Ambiental) de Dourados, está preso em Campo Grande há um mês.

A medida, considerando a necessidade de apurar os fatos contidos no expediente acolhido pela Ouvidoria, busca a real apuração dos fatos noticiados, que apontam para possível existência de crime militar e crime comum. Entre as determinações, o Corregedor deverá colher declarações dos policiais militares responsáveis pela prisão de Dijavan Batista dos Santos [o cabo Wilson França de Lemos, os soldados Jeferson Douglas Barbosa de Jesus, Fábio Henrique Bozzo Peres Dezan e ainda o capitão Jouzemar Paulo dos Santos] e do comandante do Batalhão da PM (Polícia Militar) em Dourados, tenente coronel Carlos Silva.

A titular da 24ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, Tathiana Correa Pereira da Silva Façanha, questiona do coronel Carlos da Silva se o comandante da PM de Dourados “esteve presente durante a prisão em flagrante do
Sr. Dijavan Batista dos Santos”, “se houve alguma orientação por parte deste Oficial aos militares responsáveis pela prisão, sobre como proceder” e “quando foi o primeiro contato deste Oficial com o flagrado Dijavan, e em que circunstâncias”.

Confira a íntegra do Despacho publicado dia 3 de agosto

Nas diligências recomendadas ao Corregedor da PMMS, a promotora pede a juntada de cópia do Inquérito Policial, que apura o crime de homicídio, que se tem por autor o policial Dijavan Batista dos Santos, além de cópia da gravação das chamadas ao CIOPS, referentes aos fatos objeto da prisão em flagrante, especialmente as que tenham sido realizadas pelo flagrado ou pelo Tenente Coronel Carlos da Silva e ainda a juntada de cópia das gravações de videomonitoramento de câmeras do cinema, das saídas e do estacionamento do shopping”.

Essas diligências são necessárias, segundo o pedido para a abertura do IPM, “para o completo esclarecimento dos fatos”. A Promotora de Justiça Tathiana Correa Pereira da Silva Façanha manda ainda serem ouvidos o policial autor do crime, a esposa dele (presente no dia da sessão de cinema, com um filho) e testemunhas que viram o incidente ocorrido, além de bombeiros militares que participaram da ocorrência.

O crime

O policial militar Dijavan Batista dos Santos, de 37 anos, recolhido ao Presídio Militar em Campo Grande, foi preso em flagrante na tarde do dia 8 do mês passado, depois de matar o bioquímico Julio Cesar Cerveira Filho, de 43 anos, dentro do cinema do shopping Avenida Center, em Dourados. Agora, a Promotoria quer saber em que circunstâncias ocorreu esse flagrante.

Dijavan nega a culpa pela morte do bioquímico, ocorrida após desentendimento das famílias de ambos, supostamente por causa de uma poltrona ocupada pelo filho do PM, de 14 anos de idade, e que se destinaria à filha adolescente de Júlio. Estima-se que, pelo menos, 150 pessoas, a maioria crianças, estava na matiné do cinema na hora do assassinato.