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Psicologia organizacional ajuda a motivar trabalhador para empresa crescer

16 novembro 2017 - 15h09

O tema ainda é pouco discutido e disseminado entre os empresários, mas os estudos e experiências no âmbito da psicologia organizacional já provaram que o estado psicológico dos empregados pode ser a diferença entre o sucesso e fracasso de uma empresa. Durante a V Conferência de Psicologia Organizacional e do Trabalho, promovida pelo curso de Psicologia da Unigran, acadêmicos e profissionais da área tiveram a oportunidade de aprender e interagir com a pesquisadora que é referência na área, a doutora Thaís Zerbini.

Conforme a palestrante, muitas empresas hoje possuem uma cultura organizacional engessada e de certa forma cega, pois normalmente não possuem a capacidade de enxergar o potencial dos empregados. Ela explica que o maior desafio neste ramo da psicologia é fazer com que as pessoas consigam, de fato, aplicar no trabalho aquilo que sabem. Thaís conta que muitas vezes os empregadores investem em capacitação, porém, é algo que se torna inócuo na maioria dos casos, já que não se cria ou não se deixa criar o ambiente necessário para que este novo conhecimento seja traduzido em novas e melhores maneiras de conduzir as demandas laborais.

A especialista destaca a importância e o vasto leque de oportunidades que este segmento proporciona aos psicólogos, tendo em vista que este profissional pode ser o balizador dos interesses de empresas e empregados, de forma a minimizar ao máximo os ônus à saúde mental e física dos colaboradores. Funcionários trabalhando em um ambiente isento de hostilidades e tensões psicológicas produzem mais e melhor, o que consequentemente irá acarretar melhores resultados financeiros para as empresas. Contudo, muitos dirigentes ainda não se atentaram para isso, segundo a pesquisadora.

Colher sem plantar

Thaís revela que as empresas brasileiras possuem anseios utópicos ao cobrarem resultados imediatos a qualquer custo, porém, fazem isso sem que haja o investimento necessário, o que podemos metaforizar ao dizer que almejam colher sem ter plantado. “As empresas não compreendem o motivo pelo qual os empregados estão descomprometidos e desmotivados, mas não veem que a falta de compromisso e comprometimento é apenas a consequência de uma cultura organizacional que sufoca e não propicia mecanismos para que estas duas características se manifestem”, complementou.

A Psicologia Organizacional e do Trabalho – POT, trabalha essencialmente com três pilares: Identificação de necessidades; Oferta de capacitação e Avaliação. No primeiro, como o próprio nome faz sugerir, é preciso detectar quais são os entraves, os obstáculos para que o empregado encontre o caminho da satisfação dentro do ambiente de trabalho. Após detectados os problemas, o empregador deve oferecer o “antídoto”, que pode ser, por exemplo, cursos de capacitação. No terceiro e não menos importante passo, é aferido se o novo conhecimento foi transferido para as dinâmicas do trabalho, aprimorando-as. Caso a transferência não tenha ocorrido, a avaliação irá mostrar os motivos que levaram a esse impedimento, que pode ter causas variadas como a falta de incentivo dos gestores, colegas de trabalho que minam o entusiasmo alheio, entre outros fatores.

Bem humorada, a palestrante deu vários exemplos cotidianos que facilitaram a compreensão de todos. E para aqueles que desejam buscar mais conhecimento nessa área, ela sugeriu algumas obras que formam a espinha dorsal da teoria da psicologia organizacional: Medidas de Avaliação em Treinamento, Desenvolvimento e Educação: Ferramentas para gestão de pessoas (com co-autoria dela); Treinamento, Desenvolvimento e Educação em Organizações e Trabalho; Manual de Treinamento Organizacional (também com co-autoria da pesquisadora) e O Trabalho e as Organizações: Atuações a partir da Psicologia.

Ticiana Araújo, coordenadora do curso de Psicologia, reforça que a Unigran mais uma vez coloca luz sobre este tema ao realizar mais uma edição da Conferência de Psicologia Organizacional e do Trabalho. "Este é um tema novo, mas que a cada dia ganha mais espaço nas discussões sobre saúde e educação no ambiente de trabalho. As empresas precisam tirar este assunto das sombras, pois o bem estar do empregado tem ligação direta com o resultado financeiro da empresa", complementou.

Thaís Zerbini é formada em psicologia pela UFU (Universidade Federal de Uberlândia), mestre e doutora pela UnB (Universidade de Brasília), professora associada da USP (Universidade de São Paulo), onde também faz parte do programa de pós-graduação. Além disso, é editora chefe da Revista Psicologia Organizações e Trabalho – RPOT, única publicação do país especializada neste tema. Antes da docência também prestou consultoria para diversas empresas, como Banco Central, CNI (Confederação Nacional da Indústria), Banco do Brasil, entre outras.

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