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Economia

Fiems diz que Aneel transfere inflação para produção com alta de energia

04 abril 2018 - 12h03

O reajuste de 7,91% na tarifa de energia elétrica dos consumidores industriais dos 74 municípios de Mato Grosso do Sul atendidos pela Energisa, autorizado pela diretoria da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), é considerado um erro pelo presidente da Fiems, Sérgio Longen. “Eu entendo como um desalinhamento do Agência com o desenvolvimento do Estado. Se nós temos uma inflação controlada, em torno de 3% ao ano, como nós vamos suportar, de uma hora para outra, um reajuste de energia elétrica para o setor industrial de aproximadamente 8%?”, questionou.

Sérgio Longen destaca que esse aumento impacta diretamente no custo da produção industrial. “Nós vamos ter de transferir para o produto final esse custo da energia elétrica. Há um desalinhamento da inflação, ou seja, a própria Aneel começa a transferir a inflação para os produtos e, por isso, somos contrários a esse reajuste. Entendemos que repassar a inflação do período é normal, como nós empresários fazemos no caso dos salários dos nossos funcionários, mas, multiplicar o percentual e transferir para os custos das empresas nós somos totalmente contra”, afirmou.

A Aneel também autorizou um aumento de 10,75% na conta de energia elétrica dos consumidores residenciais (baixa tensão) e somado com o índice para o setor industrial, ou seja, 7,91%, as duas altas representam um reajuste médio de 9,87%. As novas tarifas entram em vigor a partir de domingo (8) para um milhão de unidades consumidoras em 73 municípios do Estado atendidos pela Energisa.

Custos

Levantamento feito pelo Radar Industrial da Fiems aponta que o reajuste de 7,91% sobre a tarifa de energia elétrica do consumidor industrial da Energisa resultará em um impacto da ordem de R$ 23,3 milhões para os empresários industriais sul-mato-grossenses. Esse montante leva em consideração o fato de o preço final do MWH (Megawatt/hora) da classe industrial ser próximo de R$ 589,30 e podendo ir para aproximadamente R$ 635,91, já incluso, além da tarifa da distribuidora, impostos como PIS, Cofins e ICMS.

Ainda de acordo com os dados do Radar da Fiems, o consumo anual da classe industrial de consumidores cativos da Energisa foi algo em torno de 500.000 MWH em 2016 e, considerando que em 2017 esses consumidores tenham mantido o mesmo nível de demanda de energia e com o preço final em R$ 589,30 por MWH, o custo total com energia no ano passado ficou em R$ 294,7 milhões.