Menu
Buscarterça, 16 de abril de 2024
(67) 99913-8196
Dourados
22°C
Economia

Aglomeração para compra de peixe e chocolate vai refletir daqui uma semana na Covid-19

12 abril 2020 - 17h57

O médico Ricardo do Carmo, do Comitê de Emergência criado para o enfrentamento dos casos de coronavírus em Dourados, admitiu neste domingo (12), durante a live promovida através do perfil social da Prefeitura pelo Facebook, que será preciso definir o que chamou de “uma rotina diferente” para que se evitem os casos de aglomeração e concentrações localizadas de pessoas com a abertura do comércio em regime normal nos três dias da semana passada.

Ricardo entende que as atividades comerciais podem ser mantidas, dentro das regras estabelecidas no decreto em que a prefeita Délia Razuk alterou as medidas de prevenção à doença Covid-19, conforme o próprio entendimento do Comitê nesse sentido, porém defende mudança de comportamento na sociedade. “Não é para as pessoas deixarem de comprar, a economia deve se manter aquecida, mas, faltou organização dessa rotina, sobretudo em relação aos grupos de risco”, observando o grande número de idosos nas ruas entre os dias 7 e 11 deste mês.

Segundo o membro do Comitê, as pessoas não avaliam os riscos de se promover essas aglomerações. “O movimento de pessoas nas ruas nos últimos três dias [de terça a quinta-feira] vai impactar [nos gráficos da evolução do coronavíru] nos próximos sete dias”, avalia o médico. A forte presença de consumidores de outras cidades também ajuda a influir nessas estatísticas.

Entre esses três dias, quando a Prefeitura permitiu a abertura do comércio com algumas regras definidas, houve verdadeira invasão de consumidores ao centro da cidade, especialmente em agências bancárias, casas lotéricas e estabelecimentos que comercializaram produtos típicos dessa época, como peixes e chocolates. Filas enormes foram registradas e, mesmo com os cuidados adotados por alguns segmentos, não foi possível impedir a concentração de pessoas.

Esse período de uma semana para que a propagação do vírus se manifeste é o chamado ‘período de incubação’, definiu Ricardo do Carmo. Segundo ele, é preciso maior conscientização sobre o isolamento social. “Quem tem o sintoma gripal deve ficar em casa por 14 dias para se prevenir”, recomendou.

A quarentena, indicada pelo Ministério da Saúde para conter a evolução do novo coronavírus, é para pessoas que estiveram em regiões onde há eventuais casos. “Isso se chama distanciamento social, porque uma pessoa infectada transmite para outras três, em média, e essas três propagam para outras nove”, comparou o profissional de saúde.

O Brasil fechou a semana com mais de 21 mil casos notificados e 1144 mortes pelo vírus, mas há cerca de 80% dos casos suspeitos em que ainda não foi possível testar para a confirmação da doença, estimam especialistas que atuam na área. Em Dourados, a semana começa com os mesmos sete casos confirmados e, desses, apenas um com paciente ainda internado, conforme mapeamento feito pelo Comitê (veja abaixo).

mapa dourados

Testes da Covid-19

O Comitê de Gerenciamento da Covid-19 espera receber nos próximos dias mais um lote de testes rápidos para serem aplicados em casos suspeitos em Dourados. O médico Ricardo do Carmo explicou, entretanto, que a doença só se manifesta, ou seja, pode ser detectada, depois de sete dias que a pessoa sentir os sintomas.

Não se tem um protocolo de uso estabelecido para todos, considerando a prioridade para os casos que requeiram a internação do paciente. Em Dourados, a UFGD vai começar a desenvolver os testes, em parceria com o Lacen, o Laboratório Central de diagnósticos do Estado, e o Comitê promete intensificar buscas nas unidades de saúde para tentar identificar se já há casos de contaminação comunitária no Município.