Os bancários de Dourados poderão entrar em greve a partir de quarta-feira (29 de setembro) diante do insucesso nas últimas rodadas de negociação salarial com os banqueiros. Na rodada do dia 22, os representantes da federação dos bancos (Fenaban) rejeitaram as reivindicações dos trabalhadores e não apresentaram ao Comando Nacional dos Bancários proposta de aumento real de salário. Comprometeram-se a repor a inflação de 4,29%, dizendo que a reivindicação de 11% é “exageradamente alta”.
De acordo com a assessoria de imprensa do Sindicato dos Bancários de Dourados, o setor financeiro é de longe o mais lucrativo do país. Os cinco maiores bancos (Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander) apresentaram juntos R$ 21,3 bilhões de lucro líquido só no primeiro semestre deste ano “A exploração dos bancários e o desrespeito aos clientes são fatores que contribuem para esses lucros fantásticos. Mas, os banqueiros não reconhecem e negam praticamente todos os itens da pauta de reivindicações”, afirma nota do Sindicato.
Os metalúrgicos de São Paulo, por exemplo, que como os bancários tem data base em 1º de setembro, já fecharam acordo com reajuste muito parecido com o que os bancários estão solicitando, 10,81%, (os bancários pedem 11%) o que representa aumento real de 6,25% mais reposição da inflação de 4,29%.
O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Confederação Nacional dos Bancários (Contraf-CUT), encaminhou na quinta-feira (23), um documento ao presidente da Fenaban, Fábio Barbosa, comunicando que a proposta apresentada de reajuste de 4,29% não atende a reivindicação de aumento real de salários contida na minuta entregue no dia 10 de agosto. A representação dos bancários avisou os bancos que o Comando Nacional está orientando os sindicatos a realizarem assembléias rejeitando essa proposta e apontando greve por tempo indeterminado a partir da zero hora do dia 29.
