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De José do Egito a José Mayer, da Globo

24 maio 2017 - 02h14

As muralhas caíram para permitir a entrada dos israelitas na cidade de Jericó (Josué: 6-20). A queda das muralhas marcou o fim da caminhada iniciada por Moisés com seu povo, desde o Egito, pelo deserto da Arábia, onde, no Monte Sinai, recebeu as Tábuas da Lei com os Dez Mandamentos, (Ex.20:1-18).

Os israelitas voltavam para Canaã, de onde saíram para o Egito há quatrocentos anos, por convite de JOSÉ, filho de Jacó, então ministro e governador junto ao Faraó, por haver decifrado-lhe sonhos que salvaram o Egito de prolongado período de fome.

É remoto o começo dessa história: teve início com a venda do israelita JOSÉ, filho de Jacó, aos egípcios por seus irmãos. No Egito, JOSÉ, foi trabalhar na casa de Putifar, capitão da Guarda do Faraó, que era eunuco por exigência da função que exercia. A mulher desse capitão, RANOFRIT, começou a assediar sexualmente o empregado JOSÉ. Diante da resistência moral do assediado, como vingança pela rejeição, o assunto chegou ao conhecimento do capitão, com a versão inversa a da verdade: JOSÉ é que estaria assediando RANOFRIT (?) A Bíblia Sagrada, (Genêsis. Cap.37 e vers.; 39:7 e ss.), relata-nos, com minúcias, a história dos assédios de Ranofrit. José foi preso!

Na prisão, José tornou-se vidente e sua fama alcançou o Faraó (Gen. 41 e vss) que pediu-lhe para decifrar um sonho que tivera. Pela ajuda que deu ao Faraó, José tornou-se primeiro-ministro (Gen.41:37) e governador de toda região (Gen. 46:4). E de toda terra vinha-se ao Egito comprar trigo a JOSÉ, porque a fome era violenta em toda a terra (Gên.41: 57). Jacó sabendo que havia trigo no Egito, (...) e que JOSÉ governava todo o Egito (Gen. 45:25). Israel partiu (para o Egito) com tudo (Gen. 46:l).

Os israelitas ficaram por 400 anos no Egito, conforme premonição divina (Gên:15-13): O Senhor disse a Abrão: “Sabe que teus descendentes habitarão como peregrinos numa terra que não é sua, e que nessa terra eles serão escravizados e oprimidos durante quatrocentos anos.”

Desses eventos, cumprida a profecia (Gen. 15-13), vieram o Êxodo, Moisés, o Monte Sinai, os Dez Mandamentos e, finalmente, o retorno à Terra Prometida (Canaã).

Note que o PRIMEIRO ASSEDIO SEXUAL, que se tem notícia através da Bíblia foi praticado por uma MULHER, a JOSÉ, filho de JACÓ, que não cedeu; e a pureza da sua moral desencadeou acontecimentos, já previstos pelo Criador (Gen. 15:13) que influenciam a vida dos humanos civilizados até hoje.

Veja, ed. 12.04.2017, estampa na sua capa fotos de mulheres, protestando contra assédios sexuais. Às páginas 74/81 da revista citada, elas voltam-se contra o ator José Mayer, que teria assediado uma colega da Rede Globo — Susllem Tonani — (que nem é parente do saudoso Antonio Tonnani), que registrou queixa contra o ator, seu colega na TV Globo. O protesto harmonizou-se num fraterno e solidário movimento feminino, com o grito de guerra: “Mexeu com uma, mexeu com todas!”

Esse desbarrancamento, essa queda pluviométrica assustadora, esse grito que faria Tarzan — nos bons tempos de cipó — passar vergonha; enfim essa revolta que ameaça a natureza com a queda de árvores; e a humanidade, com a febre amarela, é um movimento orquestrado contra o humilde e desamparado JOSE MAYER, 67 anos de idade, ator da Globo, participante de dezenas de filmes e novelas. Seu nome JOSÉ, fez-nos lembrar daquele israelita JOSÉ DO EGITO, filho de Jacó, que fora insistentemente assediado por uma mulher: RANOFRIT, a mentirosa esposa de Putifar.

JOSÉ MAYER, com os cabelos e as barbas brancas, já confessou e, timidamente, pediu desculpas pela fraqueza que o conduziu à “tentação”, denunciada pela figurinista da Globo. Presume-se que Mayer tenha sido influenciado pelos comerciais de medicamentos nas TVs que anunciam remédios para a disfunção erétil e outras “barbaridades” durante o almoço; e à mesa do jantar, quando se ouve os acordes da Ave Maria, as TVs voltam com suas novelas, mostrando mulheres quase nuas, grudadas em homens, usando linguajar chulo e trejeitos obscenos. Tudo é feito, imagina-se, para incendiar desejos, e quando alguém fraqueja, acontecem coisas — aí — quem provoca, acusa!

Insultado pelos “sex appeal” que se avolumam, José Mayer, descendente de alemães, convivendo com os ECDISES nos camarins da TV, acuado, pediu escusas, mas deu seu grito de guerra em alemão: Sexuelle belästigung ist ein normaler akt!

O autor é membro da Academia Douradense de Letras. ([email protected]).

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