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Fábricas de talentos, Flamengo e Grêmio definem quem fica na Taça

23 outubro 2019 - 11h45Por Globoesporte.com

De 2017 para cá, ninguém usufruiu tanto das categorias de base no Brasil quanto Flamengo e Grêmio. Os semifinalistas do país na Copa Libertadores da América souberam fazer sucesso com suas revelações em campo e também fora dele. As cifras milionárias de pomposas vendas ajudaram os dois clubes a turbinarem os atuais elencos. Os dois clubes se enfrentam na noite desta quarta-feira (23), no Maracanã,valendo vaga na final da competição.

De um lado, o Rubro-Negro de Reinier – e que já foi de Vinicius Junior, Paquetá e companhia – movimentou R$ 441 milhões com seis pratas da casa no período. Do outro, o Tricolor de Everton Cebolinha – e que já foi de Arthur, Marcelo Grohe e Cia – também negociou seis revelações nesse intervalo por R$ 271 milhões. Números que aproximam a dupla do Santos, maior revelador e vendedor de craques da década com mais de R$ 500 milhões.

Após o 1 a 1 no jogo de ida, em Porto Alegre, Flamengo e Grêmio voltam a campo nesta quarta-feira, às 20h30 (de MS) no Maracanã, para decidir qual "fábrica de talentos" estará na grande final da Libertadores. A dos galáticos rubro-negros, que têm a base como carta na manga, ou a dos imortais tricolores, que apostam nas crias como destaques do time.

Reestruturação

“Craque o Flamengo faz em casa", lema inspirado na geração de ouro de Zico, Tita e companhia sempre foi levado a sério na Gávea para a montagem dos times, até pelas difíceis realidades financeiras que o clube atravessou desde o fim do século passado. Mas apenas nos últimos anos é que a base começou a dar frutos também fora de campo.

Entre 2013 e 2018, na gestão Eduardo Bandeira de Mello, o clube se reestruturou: equacionou as dívidas, adotou austeridade nos investimentos e aumentou a integração com a base. Samir e Luiz Antonio, por exemplo, foram peças-chave na conquista da Copa do Brasil de 2013. No ano seguinte, surge Jorge, campeão carioca em 2014 e vendido para o Monaco por quase R$ 30 milhões em 2017.

Foi a temporada do reequilíbrio financeiro. O clube promoveu e vendeu Vinicius Junior, aos 16 anos e com apenas dois jogos no profissional, para o Real Madrid por R$ 164 milhões, na sua maior negociação da história. A joia ainda ficou no Flamengo até o meio de 2018 e disputou 70 jogos com a camisa rubro-negra, embora não tenha levantado títulos. Na mesma época, a diretoria deu início à reforma do Ninho do Urubu e criou uma estrutura de ponta com um novo módulo profissional. Já Paquetá foi campeão estadual em 2017 antes de ser vendido por R$ 146 milhões para o Milan, que esse ano levou Léo Duarte, titular da zaga na conquista do Carioca 2019.

Essas negociações mudaram o patamar do Flamengo para a gestão Rodolfo Landim. Com o cofre cheio, o novo presidente investiu pesado em reforços: foram cerca de R$ 200 milhões em oito contratações para serem titulares: Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí, Filipe Luís, Gerson, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol.

Reformulação

Ao analisar o sucesso do Grêmio nos últimos anos com uma lupa, claramente se encontra o papel crucial das categorias de base em todo o processo. A atual gestão, com Romildo Bolzan como presidente, assumiu no início de 2015 com a obrigação de diminuir os gastos. A reestruturação teve a saída de jogadores importantes e a promoção de muitos jovens sob o comando do então técnico Felipão.

Já estavam no elenco nomes como Luan, Everton Cebolinha, Walace... E se somou a eles Pedro Rocha. Todos importantes no título da Copa do Brasil em dezembro de 2016, conquista que deu esteio para uma gestão com gastos controlados. Tudo porque havia a base. Apenas o volante foi negociado, vendido para o Hamburgo por R$ 33,7 milhões.

Na sequência, vem 2017 e a revelação de Arthur, outro jogador formado no clube e peça-chave em todo esse processo. Não só pela sua qualidade técnica superior e participação na campanha do título da Libertadores no mesmo ano e da Recopa em 2018. Mas também porque é vendido por mais de R$ 100 milhões e faz o Grêmio pagar uma série de dívidas. O reequilíbrio financeiro permitiu ao clube recusar propostas milionárias por Luan e Cebolinha nos últimos anos.

A lista de revelações seguiu em 2019 com Matheus Henrique e Jean Pyerre, próximos candidatos a encher o cofre. Esse ano, além de Grohe, o Grêmio também negociou o meia-atacante Tetê, que chamou a atenção na base e sequer estreou no profissional. Parte do dinheiro das vendas foi usada para iniciar uma reforma no CT Hélio Dourado, utilizado apenas pela própria Base. O bom uso dos recursos faz com que o ciclo possa continuar a render frutos, seja financeiros ou esportivos.

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