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Trabalho de presos iniciado em Dourados produz bolas para campeonatos nacionais

16 dezembro 2019 - 11h15

Bolas esportivas utilizadas em campeonatos nacionais e estaduais de futebol e futsal agora são confeccionadas também por detentos do Estabelecimento Penal “Jair Ferreira de Carvalho”, na Capital. Com início em setembro, a costura das bolas acontece dentro das próprias celas, não causando nenhum tipo de prejuízo à segurança da unidade.

Esse mesmo trabalho já é desenvolvido nos presídios de Dourados, Naviraí e Ponta Porã, e está em fase de implantação em Rio Brilhante. O próximo município será Jateí, com uma oficina na penitenciária feminina.

A iniciativa faz parte da parceria entre a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), por meio da Divisão de Trabalho, e a empresa Mundi Mercantil Indústria e Comércio de Materiais Esportivos, representante na fabricação de marcas oficiais conhecidas nacionalmente.

Na penitenciária máxima de Campo Grande, são 74 reeducandos trabalhando com a produção de bolas e tem como objetivo proporcionar ocupação produtiva remunerada durante o cumprimento de pena. Segundo o diretor do presídio, Mauro Augusto Ferrari de Araújo, a meta é atingir 400 reeducandos trabalhando na oficina. “Em cada ala existe um ‘multiplicador’, ou seja, um interno que lidera os trabalhos de costura do local”, explicou.

Preso há sete anos, o interno Gilson da Costa Alves, de 32 anos, encontrou na atividade uma chance de ocupar o tempo ocioso com algo produtivo. “Meu primeiro contato com a costura foi quando estava preso em Dourados e acabei gostando do trabalho, tanto que agora participo do projeto que iniciou aqui na Máxima”, disse o interno que costura, em média, três bolas por dia.

O encarregado por desenvolvimento de mão de obra prisional e designer de produtos da empresa Mundi Mercantil, Cristian Mendes da Conceição, informou que a utilização do trabalho prisional acontece há alguns anos, inclusive no estado de São Paulo, e tem sido um sucesso.

“Primeiramente começamos a parceria nas penitenciárias paulistas, realizamos um teste em Dourados e deu muito certo, então decidimos migrar total ou parcialmente nossa produção para as unidades penais de Mato Grosso do Sul, devido à logística e número de internos trabalhando”, destacou.

Conforme Cristian, a média varia entre 100 e 300 presos que atuam na costura em cada unidade penal que o trabalho já está implantado, dependendo da organização interna e do sistema de segurança do local. “A intenção no presídio de Segurança Máxima de Campo Grande é produzir 1.500 bolas por semana, podendo este número chegar a 3 mil peças, conforme o desempenho dos internos”, garantiu Cristian que acompanha todo o trabalho de perto.

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