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Futebol

Erro na escolha de comando do Corinthians para 2020 se reflete nas baixas expectativas das casas de

05 janeiro 2021 - 19h20

Em grande parte, a década de 2010 será vista pelos historiadores e pelos torcedores corintianos como um dos períodos mais notáveis do clube. Olhando somente as conquistas no campo, foram três Campeonatos Brasileiros (2011, 2015 e 2017), o primeiro título da Copa Libertadores (2012), e o Mundial Interclubes (2012), o último troféu da competição ganho por um time sul-americano desde então.

No extracampo, o grande destaque é o fato do Corinthians ter finalmente ganhado uma casa que pode ser chamada de própria. Após muito esforço por parte dos dirigentes e dos diretores, o clube deixou de ser o único “grande” do estado de São Paulo sem um estádio próprio. E a Arena Corinthians, que com a venda de seus “naming rights” tornou-se Neo Química Arena, está localizada em Itaquera - que é também um dos bairros com a maior concentração de torcedores corintianos dentro da capital paulista.

Infelizmente, os resultados no campo nesta temporada não tem refletido de maneira fidedigna toda esta grandeza. Após eliminações prematuras na Copa Libertadores e na Copa do Brasil, e o segundo lugar no Campeonato Paulista desta temporada, os palpites de futebol de casas de aposta como a Betfair não se mostram muito confiantes relativamente aos prospectos de vitória por parte do Timão. Tratando-se do Brasileirão - único torneio que o time ainda disputa - as expectativas colocam o Corinthians como um time que terminará o campeonato na parte mais baixa da tabela, com poucos pontos separando o time da zona de rebaixamento.

O mais estranho é que a temporada nem havia começado, e o Corinthians já se demonstrava parcialmente promissor com seu apontamento para a liderança do clube para o ano presente de 2020. A escolha de Tiago Nunes como novo comandante do time depois do excelente trabalho feito pelo técnico durante seus tempos liderando o Athletico Paranaense, após o fim da segunda passagem de Fábio Carille pelo time, era o principal fator por trás do otimismo.

O otimismo se explica em grande parte pelo perfil dos técnicos. Carille era conhecido por ser o “técnico da defesa” do Corinthians quando o mesmo era assistente técnico do hoje comandante da Seleção Brasileira, Tite. Enquanto que Tiago montou no Athletico um time que prezava pela posse de bola dentro e fora da sua casa, a Arena da Baixada, e que não deixava de atacar seus oponentes mesmo depois de alcançar vantagem no placar.

O mesmo valia para a filosofia de montagem de elenco e de escolha de jogadores para os times titulares dos confrontos. Apesar de ter sido parte da equipe técnica do Corinthians por muitos anos, Carille parecia dar muito mais preferência aos famigerados “medalhões” do seu elenco - jogadores veteranos que poderiam não ter mais a mesma habilidade dos tempos de auge, mas que eram pelo menos consistentes em suas performances. Enquanto isso Tiago tomava o caminho oposto, lançando mão de sua experiência como antigo líder de times das categorias de base athleticanas para promover jovens atletas do time.

Na teoria, Tiago tinha muitos fatores para entregar um bom resultado ao Corinthians. Mas na prática, o que se viu foram péssimos placares com um futebol pouco envolvente por parte do alvinegro do Parque São Jorge, com altas dificuldades de se encontrar o bom balanço entre a defesa e o ataque que era uma das grandes características do Athletico sob a tutela de Tiago.

O próprio técnico admite que houveram muitos erros de sua parte na aplicação de seu trabalho, com um foco maior nos problemas fora do campo do que dentro das quatro linhas. Ao mesmo tempo os problemas do Corinthians que impedem o clube até hoje de montar um elenco propício para disputar os lugares no topo da tabela do Brasileirão, tornaram-se um agravante para o trabalho de Tiago ter o resultado esperado.

Por sorte o seu substituto, Vagner Mancini, tem demonstrado apitidão em amenizar os problemas do Corinthians. Não fosse por esse detalhe, era bem possível que o Corinthians se encontraria hoje em situação bem pior do que a atual.

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