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Novo clube estreia com vitória na Série B no renascimento do Douradão para o futebol

11 fevereiro 2021 - 02h26

Interditado desde agosto de 2019, o estádio Fredis Saldivar (Douradão) reabriu os portões na tarde desta quarta-feira (10) para a estreia do DAC, o Dourados Atlético Clube, na Série B do Campeonato estadual de Futebol contra o Coxim Atlético Clube. Por conta da pandemia do novo coronavirus, o público não teve acesso liberado à partida.

O primeiro gol saiu logo nos primeiros minutos do jogo, após cobrança de pênalti. O lance foi carregado de simbolismo, já que foi o primeiro depois de quase dois anos no estádio, e também o primeiro da história do Dourados Atlético Clube. O time douradense levou a melhor marcando mais um gol no segundo tempo de jogo, finalizando a partida com o placar de 2x0.

O prefeito Alan Guedes foi ver o jogo, junto com o vice-prefeito Guto Moreira e relatou que este é um marco importante para a história esportiva da cidade e que o executivo do município continuará zelando do espaço para que aconteçam mais partidas no Douradão.

Fechado desde agosto de 2019 para competições, foi preciso realizar um grande trabalho de manutenção dentro da estrutura, tudo feito com mão de obra da Prefeitura de Dourados e de empresas parceiras. A limpeza e roçada do campo e dos arredores, reativação do transformador de energia, religamento das bombas d’água, manutenção hidráulica e sanitária, além da lavagem completa das arquibancadas, vestiários, banheiros e áreas comuns, exigiu uma força-tarefa.

História de um gigante

Localizado na Rua Coronel Ponciano, o estádio começou a ser construído em meados dos anos 1980 pelo então governador Pedro Pedrossian. Foi inaugurado um ano depois em que houve a redemocratização do Brasil, sendo inaugurado também quase dois anos após a morte do empresário que deu nome ao estádio, o construtor de obras Fredis Saldivar, um dos criadores do lendário Operário Esporte Clube com os irmãos e amigos da família.

Como o único estádio da cidade, o Napoleão Francisco de Souza (mantido pela LEDA-Liga Esportiva Douradense de Amadores), não tinha condições de receber uma competição oficial da CBF, o jeito foi improvisar. Como apenas os setores das cadeiras numeradas e arquibancadas cobertas estavam prontos, no lado posterior foram instalados tapumes, para garantir a segurança dos torcedores, jogadores e arbitragem. O diretor técnico da CBF Pedro Lopes, que era da Federação Catarinense de Futebol, liberou o estádio.

O primeiro jogo no local foi entre Ubiratan e Mixto, em 12 de abril de 1986, vencido pela equipe douradense por 4 a 2. O primeiro gol foi marcado pelo centroavante ubiratanense Ademir Patrício. Mas o Leão da Fronteira não foi longe na competição, caindo logo na primeira fase. Naquele ano, o Ubiratan Esporte Clube se qualificou para disputar o Campeonato Brasileiro da Série B (batizado na época de Torneio Paralelo).

No grupo do Leão da Fronteira estavam equipes bastante conhecidas no cenário nacional como América/MG, Uberlândia (MG), Anapolina (GO), Itumbiara (GO), Mixto (MT), Juventus (SP) e a Internacional de Limeira, que no ano anterior havia conquistado o campeonato paulista em uma vitória épica sobre o Palmeiras.

Uma segunda inauguração oficial ocorreu em 1994, dessa vez a estreia dos refletores com o jogo amistoso entre Fluminense e Internacional, um dos grandes clássicos brasileiros. O Douradão foi palco da comemoração de bicampeonato estadual do Ubiratan em 1998 diante do SERC Chapadão e em 1999, de forma invicta, contra o Comercial. No primeiro título em 1990, o jogo decisivo ocorreu em Naviraí. Em dezembro de 2012 houve a doação total do imóvel do estádio ao Município de Dourados, processo de doação previsto na Lei 4.297. A doação foi assinada pelo governador André Puccinelli, pelo então prefeito Murilo Zauith além de vereadores como testemunhas.

O maior público da história do Douradão, oficialmente, foi a primeira partida da decisão do Campeonato Sul-mato-grossense em 17 de julho de 1988, quando 18.780 pessoas pagaram ingresso para ver o empate de 1 a 1 entre Ubiratan e Operário de Campo Grande. No jogo de volta, na Capital, o Galo venceu por 1 a 0 e ficou com o título. Naquele mesmo ano, em duas semifinais memoráveis entre Ubiratan e CAD (Clube Atlético Douradense), o estádio recebeu mais de 15 mil torcedores em cada jogo, conforme retrospectiva da história do espaço que agora começa a ser resgatado na cidade.

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