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Pujol destaca 'imparcialidade' do Exército

22 abril 2021 - 18h48

No seu último evento público antes de deixar o cargo, o comandante do Exército, Edson Leal Pujol, defendeu a "imparcialidade" e a "transparência" da Força. O general participou ontem de cerimônia alusiva ao Dia do Exército ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que o demitiu no mês passado após atritos sobre uma maior politização da tropa. Dos atuais ministros, seis têm origem militar. Ao discursar na cerimônia, Pujol fez uma longa descrição sobre o papel do Exército e citou o que chamou de "simbiose histórica entre a força terrestre e o povo brasileiro" como fato preponderante para que a sociedade mantenha a confiança na instituição. "Na fiel observância dos preceitos constitucionais, regidos pelo princípio da ética, da probidade, da legalidade, da transparência e da imparcialidade, conectado no tempo e no espaço e aos genuínos anseios do povo brasileiro, o Exército sempre se fará presente", afirmou o general no discurso. No fim de março, na véspera do 57.º aniversário do golpe militar, Bolsonaro demitiu a cúpula das Forças Armadas. Pujol (Exército), Ilques Barbosa Júnior (Marinha) e Antônio Carlos Bermudez (Aeronáutica) foram desligados por não concordarem com a politização das Forças Armadas desejada pelo chefe do Executivo. Foi a primeira vez na história que um presidente trocou a cúpula militar do País no meio do mandato. A saída foi comunicada um dia após Bolsonaro demitir o então ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, pelo mesmo motivo. Ontem, após o discurso e ao se dirigir ao seu local no palco, Pujol deu um longo abraço em Bolsonaro. Ao falar no evento, Bolsonaro, por sua vez, disse que é o Exército quem dá sustentação "para que ninguém ouse ir além da Constituição". "Nossa democracia e a nossa liberdade não têm preço. Os deveres são constitucionais, mas nós jogamos e sempre jogaremos dentro das quatro linhas da nossa Constituição. Essa é a certeza, essa é a tranquilidade que o nosso povo pode ter com o nosso Exército brasileiro. Nós sempre estaremos dentro destas quatro linhas", disse. Critério Com a ajuda do novo ministro da Defesa, o general Walter Braga Netto, Bolsonaro agiu rápido para nomear novos comandantes. Como apurou o Estadão, o presidente recebeu recados para privilegiar o critério de antiguidade, mas não nomeou os mais experientes de cada uma das Forças. No Exército, Paulo Sérgio não era a primeira opção de Bolsonaro. Pesou a favor do general, porém, o fato de ter um perfil apaziguador, hábil no trato com subordinados e um estilo "um manda, outro obedece", como definiu certa vez o general Eduardo Pazuello. O ex-ministro da Saúde teve sua gestão na pasta marcada apenas pelo cumprimento de ordens dadas pelo presidente. Nos bastidores, o ex-comandante do Exército e atual assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional, Eduardo Villas Bôas, foi apontado como outro fiador da nomeação.

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