“...Portanto sede prudentes como as serpentes e símplices como as pombas” - Mateus 10:16
Uma postura equilibrada. Esse tem que ser o posicionamento de quem for à Câmara Municipal de Dourados nesta segunda-feira. O comportamento não deve ser outro a não ser de serenidade. Não pense em marcar este início de semana da cidade pujante, a segunda maior do Estado de Mato Grosso do Sul e que vive um pesadelo na área política, tomando decisão raivosa, com a paixão. Não. Pelo contrário, pois a nossa tendência é nos debatermos, sairmos a busca de provas e partirmos para o confronto. Saiba que muitas vezes é necessário um passo atrás para se alcançar uma légua. Nada se resolve usando a força. Acredite. Faça sua parte na construção de uma sociedade centrada no bem estar de todos. Como é difícil acreditar em Deus quando sofremos injustiça! Nesse momento de crise emocional é que o cidadão (ã) tem que entender que o pesadelo é passageiro e qualquer situação extraordinária não perdura para sempre, pode causar susto e destruição como a tempestade recente em Dourados, trazendo abaixo telhados, contorcendo ferragens, arrancando árvores, etc, mas não durou mais do que 5 minutos. Então que haja paz, tome uma atitude contra a violência. Paz é geralmente definida como um estado de calma ou tranquilidade, uma ausência de perturbações ou agitação. Tenha confiança na justiça. A atuação desses profissionais: advogados, promotores e juizes tem o reconhecimento da massa e é digna de elogios, sabem por quê? Porquê eles não atropelam o processo. Estão unidos e desenvolvendo suas ações paulatinamente.
O tramite legal segue seu curso naturalmente. Não se pode confundir democracia com anarquia. A democracia ("demo+kratos") é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos — forma mais usual. Uma democracia pode existir num sistema presidencialista ou parlamentarista, republicano ou monárquico.
Enquanto anarquia escreve Erico Malatesta é uma palavra grega que significa literalmente "sem governo", isto é, o estado de um povo sem uma autoridade constituída. Não é o caso em tela. Como disse alguém, não podemos impedir um pássaro de pousar em nossa cabeça, mas podemos impedir que ai faça ninho. Um erro não se corrige com outro. Chama atenção uma das frases do pastor Mario Antonio da Silva no artigo Enfrentando o futuro. “A lei dez que o corrupto e o corruptor podem ser responsabilizados perante a justiça, mas as pessoas continuam corrompendo e se deixando corromper”.
Todo protesto é valido e o povão tem esse mecanismo de clamar por justiça. Gritar por seus objetivos e pedir esclarecimentos usando faixas, cartazes, megafone, enfim, tudo que for aceitável sem jamais agredir fisicamente quem quer que seja. Violência não serve para nada.
Não sou douradense, mas vivo nestas placas há 45 anos, sinto-me orgulhoso quando a cidade é citada em nível regional, nacional e internacional por acontecimentos benéficos como os craques esportivos e outras celebridades saídas daqui.
No entanto, neste momento de instabilidade pela qual passa nossa cidade, não se pode execrar de vez os agentes públicos supostamente envolvidos até o pescoço em escândalo de corrupção. Digo supostamente, e permita-me explicar: todos tem direito a ampla defesa e enquanto são averiguados não podem ser considerados culpados mesmo e em que pese ser pegos com a mão no jarro, como nesse caso.
Nestas circunstâncias o prejuízo provocado na carreira desse pessoal é incalculável no geral, mas imagina o grau de decepção nas pessoas próximas: familiares, parentes, amigos e conhecidos.
Importante ressaltar: ninguém foi condenado. O processo está na fase inicial. Falta muita água para passar por baixo da ponte e não pode e o bom senso reza que não se deve tomar decisões precipitadas. O tempo é o senhor das razões.
O autor é Jornalista, formado pelo Centro Universitário da Grande Dourados (Unigran)
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