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Opinião

Dourados: verás que um filho seu não foge à luta

14 setembro 2010 - 14h23Por Wilson Valentim Biasotto

No mesmo dia 13 de setembro de 2010, data em que a população de Dourados se fez representar à frente da Câmara Municipal, por uma vanguarda que nos orgulha de morarmos nessa cidade, eu postei artigo nos jornais eletrônicos alertando para o fato de a polícia precisar ser calma e que quanto maior a civilidade de uma nação maior a educação da polícia.

Triste episódio! A polícia ao invés de fazer um cordão de isolamento, ao invés de alinhar os seus efetivos de maneira a assegurar a ordem pública mandou gás, bombas e balas de borracha atingindo indiscriminadamente homens e mulheres que estavam apenas e tão somente exigindo o que na verdade todo o povo de Dourados deseja: “eleições já”

Que me desculpe o governador, mas se ele imediatamente não afastar os comandantes e os policiais envolvidos nesse descalabro, como comandante supremo da Polícia Civil, deverá ser responsabilizado pela truculência cometida. Se não tomar tal medida, fica a sugestão para que renuncie à sua candidatura, pois assim como Dourados encontra-se revoltada, todo o Estado de Mato Grosso do Sul haverá de revoltar-se.

Confesso aos leitores de minhas crônicas que diante da televisão, assistindo ao vivo as cenas deprimentes da polícia atacando o nosso povo, o meu sangue clamou por justiça e somente não fui à praça pública porque na qualidade de candidato derrotado nas últimas eleições municipais eu poderia ter sido mal interpretado, poderia ser julgado como alguém tentando tirar
proveito dessa situação.

Mas agora, ao ver pessoas humildes sendo agredidas, assistindo aos meus colegas professores sendo atacados, vendo estudantes douradenses, sindicalistas, movimentos sociais e representantes de todas as camadas sociais de Dourados colocando-se à frente do campo de batalha, para reivindicar eleições, não posso calar-me e nesse sentido conclamo:

1 - O meu Partido, o PT e todos os Partidos Democráticos de nossa Cidade para que façamos uma frente ampla e nos unamos aos manifestantes desse histórico dia 13 de setembro, para exigirmos a realização de eleições diretas já;

2 – Exorto o meu adversário nas últimas eleições, o vice-governador Murilo Zauith para que à frente dos estudantes da UNIGRAN também coloque-se em praça pública para juntos, pedirmos eleições diretas já;

3 - Da mesma forma apelo às outras Universidades de Dourados para que, como guardiães do saber, da democracia e da paz, levantem as suas respectivas bandeiras na luta pela Justiça;

4 - Apelo às forças policiais no sentido de que soltem imediatamente os manifestantes que foram presos e se redimam diante de nossa sociedade pelos atos agressivos de alguns de seus membros;

5 - Clamo à Justiça de nossa Cidade para que aja com a rapidez necessária para devolver ao povo o que lhe é de direito: o poder de eleger os seus representantes.

6 – Conclamo também as entidades religiosas e de classe, clubes de serviços, associações e a mídia local para restabelecermos no mais breve espaço de tempo possível a democracia plena em nossa querida Dourados;

6 - Finalmente, ao cumprimentar o Comitê de Defesa Popular pela iniciativa e pela serenidade com que se portou diante as agressões sofridas, solicito aos seus integrantes que promovam uma grande reunião com as forças vivas de nossa cidade para evitarmos o golpismo que se vislumbra. Eu estarei presente.

Suas críticas são bem vindas: [email protected]

O autor é membro da Academia Douradense de Letras; aposentou-se como professor titular pelo CEUD/UFMS, onde, além do magistério e desenvolvimento de projetos de pesquisas, ocupou cargos de chefia e direção.