É difícil encontrar alguém que já não tenha passado por muita raiva na hora de ser atendido nos teleatendimentos de empresas prestadoras de serviços. Seja por telefone ou por outros meios digitais, o tempo perdido é enorme e, não raro, tem que se fazer repetidas tentativas, tornando ainda mais penosa a vida do reclamante.
O consumidor é mal atendido nesses serviços, seja por inadequação dos sistemas, seja por falta de treinamento/qualificação dos operadores. Os Procons estaduais mantém um ranking dos piores prestadores de serviços, os mais reclamados. No topo estão, normalmente, os serviços de energia elétrica, de água, empresas de telefonia, os bancos e as grandes redes de varejo.
Apesar de os direitos dos consumidores terem status constitucional e serem regulados por diversas leis, decretos e portarias, os serviços de atendimento ao consumidor (SACs) fazem clara afronta a todo o sistema de ordenamento jurídico existente.
Pela legislação, a empresa deve garantir, no primeiro menu eletrônico e em todas suas subdivisões, o contato direto com o atendente. Sempre que oferecer menu eletrônico, as opções de reclamações e de cancelamento têm de estar entre as primeiras alternativas. No caso de reclamação e cancelamento, é proibida a transferência de ligação e todos os atendentes deverão ter atribuição para executar essas providências. As reclamações terão que ser resolvidas em até cinco dias úteis. O consumidor deverá ser informado sobre a resolução de sua demanda. O pedido de cancelamento de um serviço deve ser imediato.
Ainda, a legislação exige que para serviços ininterruptos, o atendimento deverá funcionar 24 horas por dias, sete dias por semana. Deverá ser oferecido ao consumidor um número único de telefone para acesso ao atendimento.
É proibido, durante o atendimento, exigir a repetição da demanda do consumidor. Haverá um prazo máximo de espera para ser atendido. Ao selecionar a opção de falar com o atendente, o consumidor não poderá ter sua ligação finalizada sem que o contato seja concluído. Só é permitida a veiculação de mensagens publicitárias durante o tempo de espera se o consumidor permitir. O acesso ao atendente não poderá ser condicionado ao prévio fornecimento de dados pelo consumidor.
Vivêssemos essa realidade, o consumidor brasileiro, se sentiria no melhor dos mundos, como foi a intenção de Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990 – Código de Defesa do Consumidor, um dos primeiros do mundo.
Entretanto, vivemos no Brasil o desrespeito aos direitos e a indignação do consumidor. Essa é uma das tais leis que não pegaram. A principal responsabilidade por essa situação é dos órgãos de regulação e de fiscalização aos quais falta proatividade. De que vale os rankings dos piores prestadores de serviços, se não há providencia sistemática e preventiva contra eles. A Constituição atribui ao Estado a defesa do consumidor, entretanto problema é jogado no colo do indefeso consumidor individual.
Existe também o problema do atendimento por robôs com inteligência artificial. Esse caminho parece ser inevitável em termos futuros, mas tem que ser muito melhorado para ser colocado em prática. Necessita a adaptação à cultura média dos consumidores, e principalmente àqueles que ainda não estão ajustados à cultura digital, e que perdurarão ainda por muito tempo.
Cada consumidor individual é único e demorará muito para que a inteligência artificial assim o enxergue. Toda tecnologia é bem vinda para melhorar a vida do indivíduo e não para piorá-la. O consumidor, que antigamente sempre tinha razão, passou a ser uma vítima sem direitos.
Pesquisas apontam que os consumidores só se considerariam satisfeitos se fossem tratados como pessoas únicas e reconhecidas, fossem acarinhadas e tivessem suas expectativas atendidas. Só querem se sentir amados.
* É Engenheiro e professor da UFMS
O cultivo do milho safrinha é uma atividade de alto risco, principalmente, quando semeado fora do período recomendado pelo zoneamento agrícola de risco climático. Em períodos de incertezas, as preocupações se voltam para as condições climáticas, oscilações dos preços de comercialização e do custo de produção.
De acordo com os dados publicados pela Famasul e Aprosoja/MS, na safrinha de 2020 foram cultivados 1.895 mil hectares, com produção total de 10.618 milhões de toneladas. A produtividade média obtida foi de 93,4 sacas por hectare e a área cultivada em consórcio de 39%.
Do ponto de vista climático, para cultivo de milho safrinha, Mato Grosso do Sul pode ser dividido em três regiões. A região Sul, onde tem chuvas distribuídas ao longo do cultivo, mas tem risco de geadas; a região Norte, com chuvas mais definidas, porém com risco de seca no final do ciclo, e a região Central, com risco de seca e/ou geada. Nessa análise, considerando as condições climáticas e econômicas, o Estado foi caracterizado em região Norte e Centro-Sul, com o objetivo de auxiliar o produtor na apuração e avaliação dos resultados econômicos que podem ser obtidos com o milho safrinha em 2021.
Analisou-se os sistemas de produção de acordo com a representatividade da região produtora e níveis tecnológicos: 1) na região Norte, utilizou-se milho híbrido geneticamente modificado, com a introdução de genes específicos de Bacillus thuringiensis (Bt) e outro com milho híbrido geneticamente modificado, com a introdução de genes Bt e Roundup Ready (Bt + RR), ambos em cultivo solteiro; 2) na região Centro-Sul optou-se por milho híbrido Bt, cultivo solteiro e em consórcio com Brachiaria ruziziensis e outro com milho híbrido Bt + RR, em cultivo solteiro.
O custo de produção de milho safrinha 2021 contempla o Custo Operacional Total (COT) e a Remuneração dos Fatores de Produção (RFP). O COT é composto pelo Custo Variável (CV), que corresponde ao desembolso que o produtor faz para conduzir a sua lavoura, e pelo custo fixo (CF), que é o custo não desembolsado pelo produtor, mas que incide sobre o total do custeio. A RFP, também conhecida como Custo de Oportunidade, corresponde ao valor que o capital empregado em uma atividade renderia se fosse utilizado na melhor alternativa de emprego.
Os preços dos fatores de produção e dos produtos, levantados no mês de novembro de 2020, foram usados para elaborar o custo de produção, estimar o grau de importância dos seus componentes e analisar a viabilidade econômica da cultura do milho na safrinha de 2021. Para o cultivo consorciado foi adicionado apenas o custo da braquiária, equivalente a três quilogramas por hectare de sementes com valor cultural de 80%, semeada na mesma operação de plantio do milho.
A produtividade média estimada, neste trabalho, é de 6.000 kg/ha, tanto para o milho Bt quanto para o milho Bt + RR, na região Norte. Para a região Centro Sul, em função dos maiores riscos climáticos, o investimento na safrinha é menor e, com isso, a produtividade estimada é de 5.367 kg/ha, tanto para o milho Bt quanto para o milho Bt + RR, e para o milho Bt consorciado com Brachiaria ruziziensis.
A análise dos cenários permite identificar os limites de variação dos preços dos produtos e das quantidades produzidas sem comprometer a viabilidade econômica do sistema de produção. A análise aponta o valor mínimo para comercialização do produto ou a quantidade mínima a ser produzida para que o produtor não tenha prejuízos com a atividade agrícola.
Foram consideradas três situações de menor favorabilidade, sendo as alterações de -10%, -20% e -30%, e três de maior favorabilidade, +10%, +20% e +30%, tanto para as variações dos preços pagos ao produtor quanto das quantidades produzidas, nas diferentes tecnologias avaliadas. Para esta análise considerou-se o preço base, pago ao produtor, de R$ 54,30 por saca de 60kg e as produtividades estimadas, na região Norte, de 100 sc/ha para as duas tecnologias analisadas. Na região Centro-Sul, produtividades de 89,45 sc/ha para as três tecnologias avaliadas.
Mantendo-se os atuais níveis de preços de mercado, tanto do produto quanto dos insumos, a análise de viabilidade indica ganhos positivos para o produtor com o milho safrinha 2021.
O produtor deve comercializar a produção de milho quando os preços estiverem acima dos custos médios por saca produzida. A venda antecipada da produção é uma alternativa desde que o valor garanta a cobertura dos custos ou proporcione lucro com o milho safrinha.
* São Administrador, Mestre em Administração e Engenheiro Agrônomo, Doutor em Agricultura, analistas da Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados (Foto:Keile Barbosa de Menezes)
Atreva-se a conhecer. Esta frase sintetiza o desafio lançado pelo Iluminismo durante o século XVIII na Europa. O Século das Luzes foi um período em que se opôs a ciência à ortodoxia religiosa, entre as quais as teses místicas que afirmavam que as doenças eram castigo divino. A partir dessa época, a razão foi colocada como principal fonte de autoridade e de legitimidade das ideias. Nesse período, começaram a serem defendidos os ideais de liberdade, progresso, tolerância, fraternidade, e separação Igreja–Estado.
A escuridão dos tempos atuais clama por nova iluminação, com a defesa da ciência e do conhecimento racional como meio de superação de preconceitos e ideologias tradicionais.
Um dos sinais da escuridão é o atual movimento antivacina, que defende que os imunizantes não protegem contra as doenças e podem colocar a saúde em risco. A Organização Mundial de Saúde (OMS) em recente relatório afirma ser tal movimento um dos dez maiores riscos à saúde global, sendo tão perigoso quanto os vírus mais temíveis.
O movimento antivacina tem crescido no mundo e no Brasil. Um dos marcos dessa explosão foi a publicação de um estudo na conceituada revista Lancet em 1998 de autoria do médico britânico Andrew Wakefield que relacionava a vacina tríplice viral contra caxumba, sarampo e rubéola com a ocorrência de autismo em crianças. Logo depois, o artigo foi desqualificado por inúmeros cientistas e pela própria revista. Mas depois que algo dessa gravidade chega à população, fica difícil desfazer o estrago. Até hoje, esse artigo desqualificado de Wakefield é utilizado e generalizado por inúmeros grupos antivacina. É provável que isso esteja por trás do retorno de inúmeras doenças que já foram consideradas praticamente erradicadas.
Os negacionistas da ciência formam um grupo bastante heterogêneo. Dentro dele estão desde os ingênuos e preguiçosos mentais até aqueles que ganham dinheiro com as crendices do povo empurrando praticas médicas alternativas duvidosas ou falsas, como as curas herbalistas, homeopáticas, quiropraxistas e neuropatas que se oferecem em sites de grande apelo. O movimento antivacina tornou-se um grande negócio, em um momento de comoção mundial e avanço do populismo.
No Brasil, recente pesquisa da divisão de estudos estatísticos da revista digital Poder 360, aponta que entre julho e dezembro de 2020 o número daqueles que tomariam vacina passou de 85% para 60% e o grupo dos que não se vacinaria passou de 8% para 28%, mostrando o estrago causado pelo movimento antivacina.
A sociedade brasileira precisa reagir mais enfaticamente. As redes científicas e profissionais tem que assumir responsabilidade com o país. Os cientistas precisam se mostrar mais e ampliar seu diálogo com a sociedade, inclusive através das mídias sociais, onde os antivacinas trafegam com desenvoltura. Cada fake news tem que ser desmoralizado com a palavra da ciência e da razão.
Os provedores de mídias sociais, institucionalmente, devem ser mobilizados a cumprir um papel responsável, enfrentando o domínio do império das poderosas mídias antivacinas. O Supremo Tribunal Federal, em julho do ano passado mandou bloquear as contas dos aliados de Bolsonaro no Twiter e Facebook "para a interrupção dos discursos com conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática". Da mesma forma, e com transparência, é preciso banir as mensagens antivacina, que constituem um crime contra a humanidade.
A situação é tão grave que o próprio Ministério da Saúde criou um serviço whatsaap, para vigiar e esclarecer as mensagens fake news quanto à pandemia. É uma necessidade tornar esse canal mais proativo e acessível à população.
, * Ela é médica e ele, engenheiro
Traçar metas e objetivos podem ser os diferenciais para quem almeja outros rumos profissionais para o ano que vem
A reta final de 2020 pode ser um momento perfeito para quem deseja planejar sua carreira profissional para o ano que vem. Seja para conseguir um emprego, trocar de empresa ou mudar de carreira, traçar metas e objetivos é fundamental para aumentar a chance de êxito. Ainda com vagas de emprego sendo fechadas e com organizações cortando custos por conta da crise econômica, buscar uma graduação, pós-graduação ou especialização podem ser alternativas para uma recolocação mais rápida.
Basicamente, o planejamento de carreira e sucesso profissional são guias que vão nortear suas metas para uma trajetória a curto, médio e longo prazo. A partir disso, será possível saber quais etapas devem ser cumpridas para cada conquista, como ser admitido por uma empresa, conseguir uma promoção ou, até mesmo, abrir o próprio negócio.
Para ajudar quem planeja executar um plano de carreira para 2021, elenco cinco dicas:
1) Seja qual for o objetivo, fazer acontecer o seu planejamento de carreira e sucesso profissional não é difícil, mas vai exigir dedicação, capacidade de se comunicar e planejamento
2) O primeiro passo para em um planejamento de carreira é a busca pelo autoconhecimento. Mapear seus valores, interesses e talentos será primordial para elaborar esse planejamento.
3) Trace metas e defina prazos. Busque entender suas competências, limitações e quais áreas deseja seguir.
4) É fundamental estabelecer estratégias para o desenvolvimento profissional. Seja buscando uma especialização ou focando em técnicas de inovação no mercado de atuação para atingir o sucesso na carreira, as técnicas não podem ser deixadas em segundo plano.
5) Por mais que façamos planos, nem sempre eles saem como desejamos. Por isso, é importante estar atento às mudanças que surgem no processo. É necessário analisar diferentes possibilidades e a hora que é melhor optar por outro caminho.
* O autor é Doutor em Psicologia Social e CEO da Connekt, plataforma inteligente de recrutamento digital
Imaginável que todo aquele que aspira por um sonho, procure buscar o apogeu desta conquista, comparável para um jogador de futebol profissional, que deva ser a convocação para a seleção brasileira ou jogar no estádio do Maracanã. Da mesma forma para um cantor de música clássica imagino que seja fazer uma apresentação na SALA SÃO PAULO, que possui uma sala de concertos de reconhecida reputação internacional, entre estas a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Seguimos ainda com nossas comparações, devo imaginar que um artista de circo deva sonhar em fazer um espetáculo no CIRCO DE MOSCOU, preferencialmente na Rússia.
Naturalmente ao sonharmos, independentemente daquilo que almejamos, que este seja materializado no sentido maiúsculo, que a conquista sirva para coroar e provar para nós mesmos o quanto se faz necessário termos atitudes para rompermos os obstáculos que a própria vida se encarrega de nos impor.
Todas as cidades possuem um referencial, sejam suas praças, parques, igrejas, teatros, povos, tradições, enfim seja material ou imaterial, mas há outras que carregam seus símbolos, tal como Roma que é o símbolo da monarquia, Florença símbolo do renascimento italiano e a Grécia o símbolo da democracia.
No Brasil nossas cidades possuem seus grandes referenciais, sejam por valores históricos, econômicos ou políticos, mas vertendo nossa reflexão para aquilo que estamos nos propondo, devemos falar de Brasília, que também possui seus encantos naturais, artísticos e culturais, sendo o Jardim Botânico guardiã da rica flora e fauna do cerrado, ainda temos o prédio do Congresso Nacional, Praça dos Três Poderes, Museu Nacional, entre outros, representando sua riqueza arquitetônica e cultural.
Mas, o que encanta Brasília é a simbologia do PODER, criada para ser o Distrito Federal e geograficamente em uma posição estratégica facilitando a locomoção de toda representação política deste país, entretanto na sua origem visava atender interesses daqueles que almejavam distanciar os acessos das massas aos centros das decisões políticas.
Por toda esta representação é natural que um vereador também nutra desejos de conhecer a capital do poder, pois os poderes legislativos, executivos e judiciários se concentram no maior palco da democracia brasileira, porém, e obviamente não devemos deixar de analisar criticamente que as interferências são cada vez mais notáveis entre os poderes que constituem nosso estado, algo que inclusive ferem suas essências, neste caso suas independências.
Diante do fato que somos movidos por projetos, mas que o combustível maior são nossas atitudes, se tornar vereador de Dourados com toda certeza foi uma dádiva de Deus, proporcionada pela alimentação de um sonho, mas fundamentalmente de ter me dedicado ao longo de uma vida, conquistando tal condição e não nos impondo sem possuir nenhuma identidade com as questões de ordem social, pois antes de tudo ocupamos diversas funções dentro da nossa comunidade, não precisando ter mandato para ter compromisso social.
Poderiam imaginar que, enquanto vereador, da mesma forma como um jogador de futebol, um artista circense ou um cantor, que vislumbravam os maiores palcos, também tivesse desejo em conhecer o referencial do poder brasileiro, afinal ampla maioria dos detentores de mandato conhecem nossa capital federal, atraídos não pelas suas riquezas naturais e arquitetônicas, mas pelo simples fato de literalmente experimentar os ares que tanto atraem, mesmo que para tal se gastem milhões em recursos públicos apenas para se cumprir protocolos nas inúmeras visitações aos Ministros, Deputados Federais e Senadores, algo que é intolerável, pois todos os estados e seus respectivos mandatários possuem escritórios de representação em seus estados, inclusive nossas bancadas possuem seus líderes e suas agendas estão sempre abertas para receber prefeitos, vereadores e deputados estaduais, dispensando estes de terem que cumprir agendas oficiais na capital federal, com raras exceções estas viagens são de fato necessárias.
Importante ainda afirmar, embora tenha sido talvez o único vereador que não conheceu Brasília, mas curiosamente sou o vereador que mais viabilizou recursos para Dourados, graças a aproximação política e de lealdade aos deputados Barbosinha e Tereza Cristina, respectivamente deputado Estadual e deputada Federal, prevalecendo aquilo que afirmamos que estes escritórios cumprem com maestrias suas finalidades, nos dispensando de ir até Brasília ou em Campo Grande para viabilizar recursos, ficando explícito que garantir recursos no orçamento federal ou estadual é por credibilidade e não por peregrinação nos corredores dos ministérios ou nos gabinetes de nossos deputados, estas iniciativas visam mais holofotes que propriamente materialização de algum projeto.
Alguns poderiam nos indagar se não possuímos sonho em conhecer Brasília, diríamos que sim, pois esta também nos encanta, todavia esperamos que a vida um dia nos permita conhecer, porém que a custa seja pessoal, ou então, oxalá Deus, venha nos permitir que um dia possamos ocupar uma das 513 cadeiras daquele parlamento, afinal sonhar é algo que posso fazer daqui, da minha cidade, sem necessariamente ter que ir até o Distrito Federal, desta forma o sonho fica resguardado e o dinheiro público preservado e respeitado.
* É professor, geógrafo, vereador e Gerente Regional da Sanesul em Dourados
O ano de 2020 está tão estranho quanto o Chuchu com ‘x’ no título. E nada como um “Xuxu” para representar um ano tão errado e suas bizarrices.
Como se já não bastassem as ligações que recebemos das cadeias no Brasil afora, agora nos deparamos com “especialistas” em hackear nossos celulares. Um bando de abutres.
É uma verdadeira ofensa aos Hackers ter seu título vinculado a seres como estes que sequer saberiam enumerar meios e métodos de invasão real.
O fato é que em 2019 houve um intensivão para golpistas a nível federal, em cadeia nacional, 24 horas por dia por pelo menos uma semana: quem não se lembra dos “hackers” que “invadiram” os celulares dos ministros Sérgio Moro e Paulo Guedes. De lá pra cá, tem sido uma chuva de golpes neste sentido e, em 2020, com grande parte das pessoas enjauladas em suas casas, tornou-se rotina nos depararmos com este tipo de situação. Com certeza você deve ter visto em sua rede social alguém denunciando o ocorrido.
A mídia passou, em detalhes, maneiras de ludibriar usuários do aplicativo de mensagem instantânea mais popular hoje, mundialmente, possibilitando que golpistas travestidos de hacker tomassem a identidade das pessoas em seus aplicativos, se passando por elas e pedindo dinheiro a parentes, amigos, etc. Os desavisados de boa-fé acabavam “ajudando” e perdiam centenas e em alguns casos, milhares de Reais.
Levando em consideração que o problema já existe e que é importante conhecermos seus processos, irei enumerar aqui 4 passos básicos e rápidos que os golpistas seguem para poder assumir a identidade de seu Whatsapp, por exemplo.
1- O contato vem através de ligação ou até mesmo de uma mensagem, dizendo se passar por uma loja qualquer, oferecendo sua inclusão em um grupo de WhatsApp onde você irá passar a receber informação privilegiada de promoções e descontos especiais e que para isso, um código seria enviado em seu celular. Importante frisar que as ofertas podem ser diversas, mas sempre solicitando um código enviado em seu aparelho. Jamais informe a outra pessoa qualquer código que você venha receber em seu aparelho celular;
2 - Feito isso, você receberia uma mensagem do WhatsApp informando um código. Essa mensagem, contém informações que já deveria despertar desconfiança, porém, muitas vezes passa despercebido mediante a possibilidade de lucrar (receber bônus, desconto, promoção, etc) que acaba desviando a atenção da pessoa;
3 - Sem perceber, você acaba informando o código ao golpista;
4 - O golpista de posse deste código, ativa no celular dele, sua conta do aplicativo, pois a mensagem de segurança para ativar o aplicativo enviada a você, foi informada a ele.
Agora, pronto. Ele já assumiu sua identidade e está pedindo dinheiro a seus amigos e familiares em seu nome.
Mas, calma. Nem tudo está perdido. O grande lance aqui é que você pode retomar sua identidade mais rápido do que ele. É só seguir os 3 passos abaixo:
1 - Remova de seu celular o aplicativo (neste caso, o WhatsApp);
2 - Instale novamente o aplicativo em seu celular;
3 - Insira seus dados (número de telefone celular).
Pronto. O código enviado via SMS em seu celular já é lido automaticamente pelo aplicativo e, desta forma, você assume novamente sua identidade.
Nunca, jamais passe a terceiros informações que você tenha recebido em seu aparelho celular. Na dúvida, chame alguém de sua confiança e compartilhe o ocorrido.
Há maneiras de aumentar a segurança de sua identidade em seus aplicativos e evitar que situações como esta aconteçam (ou se repitam). A verificação em duas etapas está presente em grande parte deles e com certeza é uma aliada.
Para ativar a verificação em duas etapas no WhatsApp, siga os passos abaixo:
1 - Abra o WhatsApp e acesse o menu do aplicativo simbolizado pelos três pontinhos no canto superior direito da tela;
2 - Na aba aberta, clique em "Configurações";
3 - Agora, acesse a opção "Conta";
4 - Clique em "Verificação em duas etapas";
5 - Na nova tela, clique em "Ativar" para iniciar a configuração do recurso;
6 - Neste momento, você deverá criar uma senha de seis dígitos (PIN) e confirmar o código escolhido. Depois, também será possível registrar um endereço de e-mail para recuperar o código caso seja necessário;
7 - Depois da personalização, toque em "Concluído" para finalizar a configuração do recurso;
Pronto, seu aplicativo está mais seguro.
A senha será solicitada com alguma frequência. No começo incomoda um pouco, mas isso acontecerá cada vez menos.
Ficou com alguma dúvida? Não deixe de enviar seu comentário para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Ótimo fim de Xuxu para você e, um 2021 de ouro para nós. Até mais.
* O autor é Analista de Desenvolvimento de Sistemas
No Dia da Consciência Negra, que deveria servir para se refletir a respeito do pesado fardo histórico da escravidão dos negros, que durou mais de trezentos anos e dos nefastos efeitos que até hoje se abatem sobre a população negra, e da inaceitável discriminação dessas pessoas na sociedade, fomos surpreendidos com as imagens do covarde e brutal assassinato em Porto Alegre – Rio Grande do Sul, de mais um negro – João Alberto – por seguranças brancos de uma rede de supermercados que atua no Brasil e, que, embora ainda não se saiba, pode ter motivação racial.
Esse intolerável e criminoso episódio transformou um dia que era para ser de reflexão e de comemoração de conquistas que, apesar de pequenas, não deixam de representar vitórias dos negros, se transformou, diria Vinicius de Morais, “de repente, não mais que de repente”1, em um dia de lamento, de dor, de sofrimento, de tristeza e de indignação, que teve repercussão internacional e gerou nova onda de protestos aqui no Brasil especialmente nesse fim de semana.
Infelizmente, e ainda que alguns dirigentes deste pais teimem em negar, o trágico passado histórico de mais de trezentos anos de escravidão dos negros deixou arraigado na sociedade brasileira um racismo estrutural, que, infelizmente ainda permeia as relações sociais e de poder e, que, agora tem se mostrado com mais frequência e força2, na discriminação dos negros quanto ao acesso à vários direitos fundamentais como educação, saúde, trabalho e especialmente no tratamento que alguns desinformados, inclusive agentes do Poder Público e também no setor privado, têm dado às pessoas negras, violando um dos mais fundamentais direitos humanos: o direito de ter direitos3 e de ser tratadas com igual respeito e a consideração devida, qualquer que seja a origem, a cor da pele, a orientação sexual, ou qualquer outra característica pessoal, como tem sido demonstrado, quase que diariamente pelo noticiário da mídia, e a violência contra João Alberto, por seguranças brancos, confirma que o preconceito, que leva à discriminação racial, ainda continua sendo uma realidade em muitos lugares do mundo, e no Brasil não é diferente por mais que alguns negacionistas tentem não reconhecer.
Como lembra Silvio Luiz de Almeida4, “o racismo não é um ato ou um conjunto de atos, tampouco pode ser resumido a um fenômeno restrito às práticas institucionais; é, antes e sobretudo, um processo histórico e político em que as condições de subalternidade ou de privilégio de sujeitos racializados, é estruturalmente reproduzida e que considerar o racismo como parte da estrutura não exime a responsabilidade das pessoas em combater o racismo”, à medida que pensar o racismo como parte da estrutura não retira a responsabilidade individual sobre a prática de condutas racistas e não é um álibi para racistas. Pelo contrário, entender que o racismo é estrutural, e não um ato isolado de um indivíduo ou de um grupo, nos torna ainda mais responsáveis pelo combate ao racismo e aos racistas5.
E o assassinato de João Alberto e de outros negros, é a prova inconteste dessa realidade6, o que, e apesar dessa tragédia, nos leva reforçar a necessidade de uma maior reflexão a respeito dos direitos humanos, nomeadamente das pessoas negras e daquelas que para padrão dominante numa sociedade desigual e excludente, seriam “diferentes”.
Dizer que não existe racismo no Brasil, demonstra completa ignorância do que acontece no dia-a-dia da população negra e de outros segmentos considerados pela sociedade como “diferentes”.
E para se constatar essa realidade, basta lembrar que pelos dados do Atlas da Violência, em 2018 os negros representaram 75,7% das vítimas de homicídios. Segundo esse estudo, a discrepância das taxas de homicídio entre brancos e negros significa que para cada indivíduo não negro morto em 2018, 2,7 negros foram vítimas de morte por assassinatos, na grande maioria homens jovens.
Em Mato Grosso do Sul, essa tragédia não é diferente. Os negros representaram 63,42% dos homicídios de 2017, ou seja, 418 das 659 mortes no Estado foram de homens negros.
E considerando os dados do Brasil como um todo, a taxa de homicídios de negros saltou de 34 para 37,8 por 100 mil habitantes entre 2008 e 2018, o que representa aumento de 11,5% no período, enquanto entre os não negros no mesmo comparativo registrou-se uma redução de 12,9% (de uma taxa de 15,9 para 13,9 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes).
Esses dados evidenciam que, ao contrário do que tentaram convencer algumas autoridades do Governo, existe sim, de forma explicita ou velada, um racismo estrutural no Brasil que merece ser combatido e não negado. Mas, ao lado do combate ao racismo, necessita-se de políticas públicas em diversas áreas, especialmente no campo da educação e da formação profissional como, aliás, recomenda o Estatuto da Igualdade Racial, pois apenas assim deixaremos de assistir indignados, mas quase sem nenhuma ação concreta - em que pese todo o arcabouço legal interno e os Tratados Internacionais que interditam a descriminação e a violência racial, dos quais o Brasil é signatário - os assassinatos e aos reiterados atos de violência e discriminação dos negros.
De fato, como acertadamente afirmava Nelson Mandela, a educação é o mais importante e eficaz instrumento de transformação social e por ela certamente se conscientizará a sociedade quanto ao dever moral e jurídico, de respeito aos negros que, contrariamente aos que ainda pensam alguns desinformados ou mal intencionados, merece e têm o direito fundamental de serem tratados sem qualquer distinção e com a consideração devida, em relação ao branco, salvo quanto às qualidades morais e capacidades técnicas, inclusive no campo das relações de trabalho, como previsto na CONVENÇÃO 111 da Organização Internacional do Trabalho – OIT e na CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL da Organização das Nações Unidas – ONU, e que têm plena aplicabilidade no Brasil, pois incorporadas ao ordenamento interno, obrigando não apenas o Estado, mas também ao particular, em face da eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
É preciso e urgente mudar esse paradigma de discriminação e violência contra os negros que até aqui tem imperado, pelo do respeito aos direitos fundamentais dessas pessoas em igualdade com os não negros evitando-se que atos como aquele de Porto Alegre e de outras regiões do país, voltem a repetir, inclusive com a punição exemplar daqueles que ainda entendem que existem pessoas superiores e inferiores.
* O autor é Desembargador Diretor Executivo da Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região
[2] Basta lembrar daquele episódios ocorridos em São Paulo e no Rio de Janeiro em que pessoas foram covardemente agredidas por agentes do Estado e por particulares apenas em razão da cor negra e ainda aquela de uma senhora, mais recentemente, que chamou um negro de macaco chimpanzé e tantos outros, o que evidencia a necessidade de se discutir esse tema e conscientizar a sociedade da necessidade de respeitar o semelhante qualquer que sejam suas escolhas ou cor, origem ou outras características de que são providas. Afinal, a vida de negros e todos os seres humanos conta e conta muito.
[3] ARENDT, Hannah. Origens do Totalitarismo–Antissemitismo, Imperialismo, Totalitarismo. Trad. Roberto Raposo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 332.
[4] ALMEIDA, Silvio. Racismo Estrutural. São Paulo: Pólen Livros, 2019, p. 46.
[6] A Organização das Nações Unidas (ONU) disse em um comunicado que "a violenta morte de João, às vésperas da data em que se comemora o Dia da Consciência Negra no Brasil, é um ato que evidencia as diversas dimensões do racismo e as desigualdades encontradas na estrutura social brasileira".
Você tem multas de trânsito pendentes e quer saber como parcelar? Nesta semana, falei sobre parcelamento de multas de trânsito na minha coluna no UOL. Andar com o veículo com documento irregular é um grande problema, mas não é incomum ver essa situação.
Com multas acumuladas, o momento de licenciar um automóvel pode acabar saindo ainda mais caro. Mas, você sabia que é possível parcelar as multas de trânsito – e até mesmo licenciamento, IPVA e DPVAT?
E a melhor parte é que tenho uma indicação para você de uma empresa em que eu confio para parcelar os débitos do seu veículo: a Zapay!
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Quanto mais tempo você deixa passar, mais juros correm nas suas multas em aberto – e maiores as chances de você ser novamente multado por não estar com o licenciamento em dia. Na Zapay, a consulta dos débitos do seu veículo é gratuita e você parcela pela internet mesmo, usando cartão de crédito.
A quitação com os órgãos de trânsito é imediata e você já pode solicitar a regularização do documento. A Zapay é credenciada aos Detrans de 15 estados brasileiros e vai ajudar você a se ver livre dos débitos de uma forma que cabe no seu bolso.
* O autor é cofundador da Doutor Multas
Estamos em período eleitoral e através dos instrumentos de informações em massa, nossas redes sociais cumprem um papel fundamental, representando a democratização da informação, tão necessária e valiosa.
Mas este instrumento também serve aos maus intencionados que utilizam destas redes para promoverem confusões imaginárias nas mentes, nos corações e na alma das pessoas.
A nova política é aquela que possui poder visionário, que transpõe ao tempo, que enxerga soluções demonstrando as alternativas para superação.
Aquele que fala na velha política, apesar da pouca idade, possui uma trajetória ladeada com estes que ele visa denegrir, os mesmos que lhe deram oportunidade em tempos recentes de ocupar uma das cadeiras do poder legislativo.
Quem conosco esteve em toda sua vida pública não pode simplesmente saltar do "barco" e com dedo em riste afirmar que não representamos as boas práticas, afinal ele compartilhou toda sua vida pública conosco.
Transparecer e tentar se encaixar como o novo é subestimar a capacidade intelectual dos douradenses, é desafiar o poder de análise e reflexão do nosso povo.
Por isso, afirmo, pouca idade não significa o novo na política, pois, além disso, terias que mostrar com quem andou ao longo da sua carreira, onde esteve nas últimas eleições e quais foram os governos que ele nos ajudou defender.
Pra isso basta buscar os recursos das redes sociais, lá dá pra encontrar os abraços efusivos, os discursos de outrora, os companheiros que o ladeavam e dá para encontrar até mesmo o partido por qual esteve nas últimas eleições.
Que isso sirva para desconstruir a confusão entre o novo e as velhas práticas.
Enquanto isso continuaremos defendendo os propósitos de reconstruir Dourados, com altivez, com postura ética, mas principalmente com lealdade e honradez às pessoas que nos seguem.
* O autor é vereador, gerente regional da Sanesul e presidente do Diretório Municipal do DEM em Dourados
A aprovação do Novo Marco Legal do Saneamento é um divisor de águas da nossa história. O alcance das metas audaciosas estabelecidas na nova legislação do setor vai contribuir para a redução significativa das desigualdades brasileiras. Investir em saneamento é deixar o atraso no passado e acreditar em um Brasil mais moderno e com desenvolvimento social e econômico, permitindo à população mais pobre uma vida digna.
Pela primeira vez o assunto ganhou força na sociedade e, com certeza, estará mais presente durante a campanha para as eleições municipais, que ocorrem no dia 15 de novembro. Por isso, os eleitores dos 5.570 municípios brasileiros precisam cobrar dos candidatos a prefeito e a vereador compromisso com essa pauta para que possamos alcançar o atendimento de água potável para 99% da população brasileira e de 90% de tratamento e coleta de esgoto até 2033. Dessa forma, melhoraremos a qualidade de vida de 35 milhões de brasileiros sem acesso à água potável e outros 100 milhões em moradias que ainda não contam com ligação ao sistema de esgotamento sanitário.
A falta de saneamento traz impactos diretos na saúde da população, como mostra o Ranking 2020 da ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental), com dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). O estudo revela que mais de 40 mil internações foram causadas por doenças relacionadas à precariedade do saneamento básico no primeiro trimestre deste ano, alcançando uma despesa de R$ 16,1 milhões no setor de saúde.
Na lista dos males que afetam a população brasileira sem acesso à rede de esgoto estão doenças como a dengue, Chikungunya, esquistossomose, amebíase, hepatite infecciosa e cólera. Uma pesquisa da OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta que 94% dos casos de diarreia no mundo são resultado da falta de acesso à água de qualidade e ao saneamento precário. Vale lembrar ainda que a mesma organização contabiliza que para cada US$ 1 investido em saneamento, os governos economizam outros US$ 4 em saúde.
O principal efeito do saneamento é local. São as cidades que assumem os principais prejuízos desse atraso. Por isso, as eleições municipais são importantes para o futuro do saneamento. Os novos prefeitos precisam estar comprometidos com as metas e devem elaborar o Plano Municipal de Saneamento Básico, documento que apenas 40% das cidades brasileiras já prepararam até o momento e que é um instrumento fundamental para o planejamento de curto, médio e longo prazos nessa área. Um dos principais obstáculos enfrentados por essas localidades é a falta de profissionais especializados no setor com competência para coordenar a elaboração do projeto. Uma das sugestões já apresentadas por entidades da área é uma maior participação do governo federal, por meio da Secretaria Nacional de Saneamento, com a oferta de apoio técnico aos estados e municípios.
Sem o Plano Municipal de Saneamento Básico, as cidades perdem ainda a capacidade de planejar os empreendimentos por não contar com informações essenciais sobre as demandas e terão grandes dificuldades de acesso aos recursos e eventuais parcerias e concessões do setor. O eleitor deve ficar atento às propostas de campanha dos candidatos e também se o município já conta com um plano de saneamento. Mesmo que a moradia desse eleitor seja abastecida com água e sistema de esgoto, a cidade precisa ter melhores condições para todos. A qualidade do saneamento no município vai repercutir em indicadores como desenvolvimento econômico, produtividade, entre outros, que são ferramentas para atração de empresas.
O Novo Marco Legal do Saneamento impulsiona uma nova história do setor no país. O eleitor pode fazer uma grande diferença com seu voto em candidatos comprometidos com o avanço dessa causa.
* O autor é presidente da Apecs (Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente), engenheiro pela Escola de Engenharia de São Carlos da USP e doutor em engenharia hidráulica e sanitária pela Escola Politécnica da USP.
Vivemos hoje um tempo de falta de confiança nos governantes e descrédito na política. Esses são sinais visíveis dos problemas que marcam o tempo presente. É, portanto, uma oportunidade para realizarmos uma reforma cultural sobre a governança pública.
Para alguns, essa discussão se esgota em polemizar sobre mais Estado ou menos Estado, para outros a simples troca dos nossos políticos e escolha de gestores mais competentes. Errado: esse tipo de Estado e esse tipo de governo estão esgotados, já não conseguem resolver os desafios de uma sociedade que sofreu profundas transformações, tornando-se mais complexa, mais articulada, e mais consciente da sua autonomia. Esse é o cerne da questão.
Todo governo tem que ter capacidade de gestão, mas isso não é suficiente. Não é possível resolver a imensa demanda reprimida da sociedade sem mobilizar os imensos recursos que estão fora dos orçamentos públicos. Fora do governo existem recursos imensos desperdiçados. São recursos, financeiros, cognitivos, organizativos, políticos entre outros. Há que se somar toda essa riqueza, articulando um orçamento ampliado por uma nova governança baseada na democracia e na responsabilidade solidária.
Colocando em termos práticos, quanto vale o eficiente trabalho da Pastoral da Criança no combate à desnutrição infantil, ou das ongs ambientais, quanto vale o imenso voluntariado da cidade a serviço da solidariedade humana, quanto vale o potencial produtivo e de responsabilidade social das nossas empresas, quanto vale o conhecimento das nossas Universidades, o potencial dos pequenos negócios e das organizações da sociedade civil? Tudo isso é desperdiçado, não converge para ajudar no enfrentamento dos desafios do desenvolvimento da cidade.
Há que se juntar esse imenso potencial em um projeto baseado na maximização da coesão social, na organização das interdependências do conjunto dos atores da sociedade para produzir níveis crescentes de desenvolvimento humano. Há que se perceber que a sociedade política, sem a sociedade civil, já não dá conta das imensas demandas de uma sociedade democrática, complexa e articulada em redes. Essa apartação é a fonte da nossa crise de capacidade de governo e de deslegitimização da representação.
Nessa visão, o governo deve ser um agente organizador das potencialidades existentes. Essa é a experiência de regiões que trilharam caminhos mais sustentáveis de desenvolvimento. Robert Putnam estudou e identificou esse modelo nas cidades desenvolvidas no norte da Itália. É dele o conceito de capital social: o conjunto formado pela confiança social, pelas normas e redes articuladas para resolver os problemas comuns com compromisso cívico. Quanto mais densas forem estas redes, mais possibilidades existirão de que os membros de uma comunidade cooperem para obter um benefício comum.
Para cumprir esse papel novo não são suficientes gerentes. A materialização dessa utopia possível, depende de uma mudança cultural, depende do surgimento de lideres que possam entusiasmar e ter o crédito da sociedade. Esses líderes seriam capazes de organizar com a sociedade um grande projeto de longo prazo, onde houvesse a convergência ampla de interesses e fosse calçado em uma liderança moral inequívoca.
Os momentos de crise podem, muitas vezes, serem as oportunidades de criação do novo. As crises são como momentos de partos, elas são caracterizadas pela existência de uma situação em que o “velho já morreu, mas o novo ainda não nasceu”. As possibilidades são apenas duas, acreditar em mais do mesmo ou ousar no parto de novos paradigmas para a gestão pública.
Apressar a emergência de um novo estilo de liderança e de um modo novo de governar é um dos maiores desafios contemporâneo do pensamento progressista.
* O autor é Engenheiro, professor aposentado da UFMS
Neste ano atípico de 2020, no qual uma crise sanitária global abalou os alicerces de todos negócios, sem exceção, e deixou em turbulência as indústrias de marketing e criatividade, as agências tiveram que se reinventar no seu formato de trabalho, no qual a proximidade entre as equipes sempre foi fundamental para gerar as faíscas criativas para seus clientes, e também entender novos briefings que, em muitos casos, passavam longe de buscar apenas soluções criativas para incremento de vendas. Como afirmou o mestre Olivetto: "Agora não é hora de vender; agora é hora de prestar serviço”.
Concordo com o Rob Reilly, global creative chairman do McCann Worldgroup, quando ele diz que a criatividade é um ativo cada vez mais necessário para resolver problemas complicados que vão além da comunicação em si e que ela, como conceito, é mais valiosa do que nunca. Eu sempre acreditei que o melhor uso da criatividade na publicidade é na construção de marcas fortes, de marcas sólidas, que vão além de um belo slogan, marcas de empresas que materializem a promessa em fatos e não só em narrativas em torno de um brilhante slogan.
No que tange especificamente à comunicação do agronegócio no Brasil, imperou, neste ano, um tom bem mais “institucional” no discurso das marcas, até porque temos verificado que um grande esforço tem sido feito pelas entidades e players do segmento para descolar a percepção negativa que as pessoas têm do agronegócio brasileiro. E, como afirma Ricardo Nicodemos, vice-presidente da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), mais do que a preocupação com as vendas, só terão destaque as marcas que deixarem um legado após o fim da pandemia.
Mas, de qualquer maneira, as agências estão funcionando a todo vapor e trabalhos muito criativos sendo veiculados pelos tradicionais anunciantes de todos os segmentos. Grandes cases continuam a pipocar aqui e ali e as agências e seus criativos precisam da validação de suas ideias. Além disso, cases são ferramentas de carreiras de profissionais de marketing e um dos seus maiores legados. E nada melhor do que os festivais de criatividade para estabelecer os critérios qualitativos dos trabalhos que estão saindo na nossa indústria da propaganda. Com a comunidade criativa tendo que enfrentar outros desafios neste momento, falar em premiações publicitárias parece ser um contrassenso, mas os festivais de publicidade continuarão o melhor termômetro e referência das produções criativas.
E é neste contexto que a ABMRA está programando, para o primeiro semestre de 2021, o lançamento do XIX Mostra da Comunicação Agro da ABMRA, a maior premiação da publicidade e marketing do agronegócio no país e que contribui para o constante aprimoramento das técnicas e da gestão da comunicação em marketing rural e agronegócio, através do reconhecimento de profissionais, empresas e instituições.
E já está definido o presidente do júri desta edição. Trata-se de Luiz Lara, grande nome da publicidade brasileira, fundador da LewLara e Chairman do grupo TBWA/Brasil. O publicitário substituirá o criativo João Livi, que foi o presidente do júri do evento em 2019. Luiz coordenará o trabalho, que será totalmente online, dos jurados da Mostra, selecionados entre as personalidades mais influentes do mundo agro e profissionais de criação que lideram a área criativa em agências no Brasil e no exterior.
A expectativa é que esta Mostra superará a anterior, que contou com 151 cases de comunicação do agro, inscritos pelos maiores players do setor e que teve o projeto da Rede Globo, “O Agro é Pop, o Agro é Tech”, como o grande vencedor do festival.
E, como sempre, esta premiação sinaliza os novos paradigmas da comunicação, não só do agronegócio, mas por onde anda a comunicação de um modo geral, como os novos meios digitais, suas interconexões com o mundo offline e as multiplataformas. Ou seja, o nosso novo normal.
* O autor é Diretor de Integração da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA) e CMO da Neodigital
Praticamente todas as evidências, sejam em litígio judicial, arbitragem, ou relacionadas a investigações realizadas por reguladores ou autoridades de fiscalização, conterão alguns dados pessoais por inerência ao procedimento.
Na enxurrada de atividades em torno do imediato início da vigência da Lei Geral de Proteção de Dados, muitas organizações comprometeram amplos recursos para a realização de auditorias de dataprivacy, avaliando até que ponto suas atividades envolvem o tratamento de dados pessoais e considerando se seus processos estão em conformidade com a nova legislação.Compreensivelmente, o foco nessas revisões tende a ser nas atividades operacionais regulares das organizações.
Mas, uma questão que tem recebido menos atenção, mesmo no setor jurídico, é o dilema funcional de como as regras de proteção de dados se aplicam quando as organizações estão lidando com dados no contexto de um litígio. Não há um roteiro absoluto de como se aplicam ao processo de contencioso esses novos ditames, diretrizes e limites legais trazidos pela LGPD.
Na medida em que a questão foi considerada, muitos podem ter simplesmente assumido que, quando os dados pessoais estão sendo coletados e divulgados no contexto de um processo legal formal, devem ser cobertos por alguma isenção legal. No entanto, a posição não é tão simples. Embora o LGPD contenha uma série de disposições que legitimam efetivamente o processamento de dados pessoais quando realizado em conexão com o exercício de direitos legais, cada uma dessas disposições é específica para obrigações particulares na legislação. Nenhuma das disposições se aplica integralmente a todos, de modo a permitir que uma parte ignore efetivamente a proteção de dados em um determinado contexto.
Por conseguinte, indivíduos que agora têm maior consciência de seus direitos nessa seara, são mais propensos a buscarem exercer esses direitos e as partes em litígio podem explorar o escopo de usar a proteção de dados como um subterfúgio ou artifício adicional em seu arsenal tático e estratégico.
Desta forma, há efetiva possibilidade de qualquer violação da LGPD dentro do processo litigioso ser facilmente identificada e resultar em ação, sustentada pela ameaça de multas regulatórias muito maiores. Portanto, é mais importante do que nunca que as partes envolvidas na demanda, seus patronos e consultores, conheçam como a lei interage diretamente com o processo.
Todo este cenário de mutações e inovações, inevitavelmente faz emergir preocupações sobre se as partes deveriam alterar suas práticas atuais no que diz respeito à supressão de dados pessoais irrelevantes na divulgação, e com o fazê-lo. Sobretudo, a fim de evitar-se mais um nicho de judicialização, que sobrecarregaria ainda mais nossos Tribunais, onerando toda a sociedade.
Nesse sentido, a implementação de práticas e procedimentos transparentes e a conscientização dos titulares de dados, já reduziria consideravelmente as disputas e chances de conflito, inclusive para demandantes contumazes e mal intencionados.
Outrossim, criar-se canais para a intermediação, mediação e resolução efetiva de eventuais problemas advindos de fluxo ou tratamento errôneo de dados, corroboraria para atestar a adequação do órgão ou da empresa à legislação, bem como proporia o esgotamento de vias de solução compositória - por acordo ou transação -, antes da evolução direta - e muitas vezes desnecessária e aleatória - do tema ao Judiciário.
Sob este raciocínio já evoluem os entendimentos e ponderações dos tribunais do mundo, ao entenderem que os meios reclamatórios e de resolução extrajudicial de conflito, devem ser esgotados antes de buscar-se tutela estatal pela via judicial, o que conota intuito de razoabilidade e transigência, que deve permear qualquer disputa e relação, e assim guiar as consequências desta nova lei, para que sejam preponderantemente positivas.
* O autor é advogado, especialista em Direito Processual Civil, Contratos, e Proteção e Privacidade de Dados; Vice Presidente da Comissão de Direito Contratual, Compliance e Propriedade Intelectual da OAB/SP - Subseção Santana
Foi indicada pela UFMS, para o vestibular 2021, uma relação de nove obras de autores da literatura de língua portuguesa, para que sejam estudadas e sirvam como base para questões e conhecimentos dos alunos. Os livros são: “Marília de Dirceu”, de Tomás Antonio Gonzaga; “Esaú e Jacó”, de Machado de Assis; “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto; “Viagem e Vaga Música”, de Cecília Meireles; “Sagarana”, de Guimarães Rosa; “O Encontro Marcado” de Fernando Sabino; “Seminário dos Ratos”, de Lygia Fagundes Telles; “Cinzas do Norte”, de Milton Hatoum; e “Vias do Infinito Ser”, de Rubenio Marcelo.
Publicado pela Editora Letra Livre, o livro de Rubenio Marcelo traz 115 poemas em versos livres. Aprovado pelo FIC/MS, foi o 11ª livro autoral de Rubenio Marcelo (“Vias do Infinito Ser”) e apresenta poemas dosados de efeitos metafóricos e sintonizados com linguagem filosófica e aspectos da espiritualidade humana – a obra expõe também mensagens voltadas para reflexões acerca da virtude e aspectos existenciais além do imediatismo cotidiano.
A orelha traz opiniões de pesos pesados da literatura do nosso Estado. O escritor, jornalista e acadêmico Henrique de Medeiros aponta: “Neste novo livro, Rubenio Marcelo veleja, filosofa, canta, expõe o verbo poetar em sua essência, e principalmente busca o essencial: o ser”. Entrementes o escritor J. P. Frazão, membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, assevera: “Ao desvendar o fenômeno das intuições e do fantástico místico incorporado neste livro ‘Vias do Infinito Ser’, testemunhamos que a infinitude poética se confirma em cada verso, filosoficamente criado, como um fio de sensações cósmicas interligando astros e nos conduzindo ao misterioso princípio/fim da existência”.
A poesia que oferta o título à obra é:
VIAS DO INFINITO SER
sem a ordem do dia
do sobrenatural
não haveria
a natural ordem
das coisas da noite...
da noite para o dia
silentes instantes
tornam-se eternos...
do dia para a noite
palavras saltam muralhas
e viram estrelas...
instantes e estrelas
conhecem os refúgios do tempo
mas desentendem
a quietude das pedras
e a saga dos pássaros
translúcidos
do sétimo céu...
por via das dúvidas
há vias de certezas
que nos desafiam a percorrer
in/conscientemente
e em perfeita claridade
a via láctea e o infinito
do nosso ser...
Se por um lado não há óbices para um recatado eu lírico em cumprir sua sina, por outro, sua escrita não se reduz à emotividade, pois promove um diálogo profícuo entre a tradição poética e os silentes instantes que se tornam eternos. Outrossim, o pensamento romântico abarca para a poética moderna o ideal da lírica como essencialmente subjetiva. Dessa maneira, o poeta passa a manifestar sua experiência individual e o eu lírico a expressar não somente a realidade, mas a maneira como a interioridade dialoga na facúndia loquacidade com a tal realidade.
A importância da abordagem existencial apresenta seu embate, a nosso ver, no alcance que pode trazer à compreensão da experiência humana, e também no fato de ser um paradigma de investigação científica atento aos fundamentos ontológicos da realidade, fazendo com que, “do dia para a noite” as palavras saltem as muralhas e se transmutem em estrelas. Vejo através dessa escolha efusivo beneplácito, no aquecimento da literatura regional, nitidificando um fortalecimento para todos nós escritores, com novos livros saindo do recôndito das prateleiras para as praças e pontos de estudo. Por derradeiro, Descartes, pela aplicação da dúvida metódica, assumiu a existência do cogito, isto é, da sua existência como ser pensante, demonstrou a existência de Deus a partir do facto de que não nos podemos conservar a nós próprios.
Se não podemos garantir a nossa existência, mas apesar disso existimos, é porque alguém nos pode garantir essa existência e essa completude se torna eterna ... através da poesia. E graças a Deus sou poeta, sim; eu sou! E agradeço a Rubenio Marcelo por nos representar. Honrando a cadeira 35 e a ala de compositores da Catedráticos do Samba.
* O autor é Articulista
Editor de conteúdo
Clóvis de Oliveira
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