O ator Wagner Moura tem a oportunidade, em 'Sérgio', de se apresentar como mocinho e desmistificar a imagem do mostro que interepetou na série 'Narcos'. Pode não ter sido essa a intenção do diretor Greg Barker, nem a de Moura, mas o diplomata brasileiro morto em atentado à bomba contra a sede da Organização das Nações Unidas em Bagdá, em 2003, aparece agora como o super-heroi Sergio Vieira de Mello.
De acordo com publicação da semana na revista Carta Capital, se Moura se esforçou para tirar a imagem do vilão atribuída ao traficante Pablo Escobar na série da Netflix (a mesma que mostra 'Sérgio' agora), nesta nova produção ele procura fazer o mesmo, mas no sentido inverso. Vieira de Mello, no filme, é um personagem humanista e carismático, que está sempre fugindo da burocracia e do que as cartilhas do Direito ensinam.
Idealista, ele é capaz de negociar acordos com líderes revolucionários, presidentes e criminosos de guerra, todos tratados com o mesmo peso da balança. Como representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, o super-herói Sergio só não é capaz de fazer o mundo girar para trás, para voltar no tempo.