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Senor Abravanel, 89 anos

13 dezembro 2019 - 13h30Por Fabio Faria

Em 12 de dezembro de 1930 nascia Senor Abravanel. Nesta quinta-feira (12), quando completa 89 anos, com mais de 65 de profissão e num programa que conduz pessoalmente há mais de cinco décadas, Silvio Santos faz brincadeiras que arrancam gargalhadas de um auditório lotado e de milhões de telespectadores, mas podem desagradar algunse dar margem a interpretações e julgamentos diversos. É o que tem acontecido nesses tempos de tolerância zero e de fake news.

Quem sabe estamos na década em que as pessoas sinceras são condenadas e as “fakes” ganham notoriedade. Jovens que talvez nunca tenham assistido ao Programa Silvio Santos, muitos deles com praticamente a idade do Teleton, que existe há 21 anos e já salvou a vida de milhares de crianças especiais, poderiam usar sua popularidade nas redes sociais e contribuir com ações relevantes para melhorar a vida das pessoas. Em vez disso, torcem por um deslize de Silvio para lançar sobre ele críticas pesadas que são replicadas num efeito manada. Não conhecem a história do homem profissional, generoso, totalmente desprovido de qualquer preconceito, seja racial, religioso, sexual ou ideológico.

Ávidos por criticá-lo, alguns enxergaram até na cobertura do SBT sobre a morte do seu amigo Gugu Liberato falta de atenção. Muito pelo contrário. Silvio determinou que não fossem expostas imagens do corpo do apresentador, da comoção dos familiares e amigos, não admitiu o que considera exploração de uma tragédia pessoal em troca de audiência. Essa foi sua forma autêntica de homenagear o amigo. Por isso, sofreu todo tipo de acusação, as mais fantasiosas e cruéis.

Silvio não usa redes sociais, onde palavras odiosas emergem e os críticos de ocasião sobem sozinhos ao ringue contra o maior apresentador da TV brasileira. Sempre defende a liberdade de expressão, não questiona e não permite que respondam quando ele é criticado. Silvio apenas aceita. Não tolhe, não censura.

Ele é assim. É franco, direto. É um homem de hábitos simples. Não gosta de mudanças, não complica as coisas. Mantém a rotina de guiar o mesmo automóvel no caminho à emissora, de frequentar o mesmo cabeleireiro. Realiza-se de verdade é no palco, falando para pessoas modestas, onde passa horas brincando, dando risada e divertindo o público.

Há décadas permite oportunidade à diversidade, abre os microfones para o contraditório. O apresentador, homem do povo, foi dos primeiros a dar espaço para travestis na televisão; depois, a transexuais.

Acolheu inúmeros artistas polêmicos e com explícito comportamento tido como “transgressor” à época, que ganharam vez e voz no seu programa ou na sua emissora, como Vera Verão, Elke Maravilha e a para lá de polêmica Dercy Gonçalves. O Brasil seria outro sem as piadas escrachadas de Dercy, sem os personagens de Chico Anysio e os trapalhões Didi, Dedé, Mussum e Zacarias. Hoje, certamente, todos eles seriam processados.

Aqueles que não gostam de Silvio Santos e de seus 65 anos de sucesso, eu compreendo. Ele compreende. É fundamental que as pessoas tenham o direito de ver, ouvir ou ler o que consideram relevante para si, o que sintam empatia.

Silvio seguirá sua missão e sua busca por levar alegria a corações e almas do povo brasileiro. Quem o conhece sabe o valor que isso tem —para ele e para muitos de nós, que admiramos e temos orgulho do apresentador, do homem Senor Abravanel.

* O autor é deputado federal (RN) e casado com Patrícia, uma das filhas do apresentador

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