No grande desafio enfrentado dentro do Mundial Feminino de Vôlei até o momento, a Seleção Brasileira superou as adversidades, soube sair de situações complicadas e venceu o duelo diante dos Estados Unidos por 3 sets a 1, parciais de 25/19, 24/26, 25/19 e 25/23, nesta quarta-feira, em Nagoya.
Com a incrível marca de nove vitórias em nove jogos, o time de José Roberto Guimarães avançou à semifinal em primeiro no Grupo F e ainda complicou a vida das americanas, algozes da Seleção no Grand Prix deste ano, que terão de esperar o jogo da Itália diante de Cuba para saber se seguem na disputa pelo título.
Já o Brasil espera apenas seu adversário na fase seguinte, que sairá do confronto entre Rússia e Japão. Como precisam tirar uma diferença muito grande das russas, o mais provável é que as japonesas, donas da casa, sejam as rivais da equipe verde e amarela, no próximo sábado, ainda com horário a definir.
O jogo frente às americanas foi uma verdadeira partida de xadrez. De um lado, as americanas tinham na oposto Hooker o seu grande nome. Já a Seleção, que não contou com o mesmo bom desempenho de Fabíola das outras partida, viu atuações inspiradas de Jaqueline e Natália para sair com a vitória.
O jogo
Com um ataque de Natália e um bloqueio de Fabiana, a Seleção abriu 2 a 0 no início do jogo. Os Estados Unidos não demoraram para empatar, no saque de Hooker, melhor jogadora americana no início da partida. Mas em um belo bloqueio de Fabíola, o Brasil não deixou as americanas passarem a frente. O time verde e amarelo teve chance de abrir vantagem de dois pontos, mas Jaqueline parou no bloqueio, para irritação do técnico José Roberto Guimarães, que deu uma bronca em Fabíola por distribuir errado a bola.
A reclamação do treinador ligou o time brasileiro, que na volta da primeira parada técnica abriu três pontos de vantagem no saque de Thaisa, graças ao bom desempenho de Natália no ataque, que enfrentou por duas vezes o bloqueio americano (10 a 7). Porém, as americanas marcavam de perto e em um ataque de Logan Tom igualaram a partida em 13 a 13. Sofrendo para fugir do bloqueio das rivais, o Brasil viu as americanas chegarem no segundo intervalo na frente, depois de um ataque potente de Akinradewo: 16 a 15.
Na volta, o Brasil rapidamente recuperou a frente do placar no saque de Thaisa, mas com a diferença de apenas um ponto. A vantagem aumentou através de um ace de Sheilla, fazendo 19 a 17. Com o revés sofrido, o técnico Hugh McCutcheon se viu obrigado a pedir tempo. Na volta, a Seleção ainda conseguiu abrir três pontos em um ataque de Natália. A situação voltou a complicar um pouco, mas Zé Roberto fez a inversão de oposto e levantadora, com as entradas de Joycinha e Dani Lins. Pela primeira vez neste Mundial, a mudança deu resultado efetivo. Em um ataque de Jaqueline, o Brasil fechou o primeiro set em 25 a 19.
No segundo set, a Seleção começou atrás no marcador. No saque da experiente Logan Tom, as americanas abriram uma boa vantagem, colocando 5 a 2 de vantagem, em uma deixadinha de Larsson. O time brasileira tentava conter o ímpeto americano, mas sofria para tirar a diferença. Em um ataque errado de Jaqueline na diagonal, os Estados Unidos chegaram na primeira parada técnica com 8 a 5 no placar.
Com os gritos de "vamos buscar Brasil" vindo de alguns torcedores nas arquibancadas, a equipe verde e amarela deu uma embalada no saque de Fabiana. Em um ataque de Jaqueline, as comandadas de Zé Roberto chegaram a diminuir para 9 a 8. A Seleção chegou a empatar a partida em um ataque de Sheilla, mas rapidamente os Estados Unidos voltaram a abrir diferença, principalmente graças ao bom desempenho do bloqueio que anulou as brasileiras: 13 a 10.
Zé Roberto, então, fez novamente a alteração que deu certo na primeira parcial: colocou Joycinha e Dani Lins na partida. Com o saque da levantadora e o bloqueio da oposto, as brasileiras igualaram em 15 a 15. O técnico Hugh McCutcheon percebeu a fraqueza, conversou com suas atletas no intervalo e no saque de Hooker, as americanas voltaram a complicar a vida brasileira, abrindo 19 a 15.
O Brasil não desistia. Com as voltas de Fabíola e Sheilla para a quadra, a equipe deu uma melhorada. No saque da levantadora, que vem sendo a arma da Seleção nos momentos difíceis, o time igualou o marcador. As americanas tiveram a chance de fechar quando o placar marcava 24 a 23 e tinham Logan Tom no saque. Em uma excelente bola de Natália, o time verde e amarelo se salvou. Porém, por ironia, foi em novo ataque da ponteira, dessa vez para fora, que a Seleção entregou o segundo set: 26 a 24.
A equipe brasileira começou atrás no terceiro set depois de dois erros de Natália, mas logo depois, graças a Sheilla virou o marcador. Primeiro, a oposto atacou para empatar e em seguida desestabilizou a defesa americana com um belo saque: 4 a 3. Se mantendo à frente, o time chegou à primeira parada técnica com a vantagem de 8 a 6, em uma bola no meio de Thaisa.
No saque de Jaqueline, a Seleção fez 11 a 7, depois de um ataque para fora de Hooker e um bloqueio de Natália. Com o Brasil desgarrando no placar, McCutcheon pediu novamente mais um tempo. A parada, porém, não deu muita solução. Com Sheilla voltando ao saque, o time verde e amarelo chegou à segunda parada técnica com um tranquilo 16 a 9.
Zé Roberto colocou a ponteira Sassá para sacar tirando Fabiana de quadra. Com a camisa 10 no serviço, a Seleção abriu sua maior vantagem em uma parcial: 19 a 12. Mantendo o ritmo, o as comandadas de Zé Roberto fecharam a parcial em 25 a 19, após um saque errado de Hooker.
As americanas mostraram no início do quarto set que não entregariam o jogo de mão beijada, chegando à primeira parada técnica com a vantagem de 8 a 5. No saque de Fabíola, a Seleção foi diminuindo a vantagem e chegou a igualar o marcador. Mas uma sequência de três aces seguidos de Bown fez as americanas abrirem distância.
Aos poucos, o Brasil foi voltando ao jogo e em um saque de Sheilla tomou de novo a frente do placar. Na parcial mais tensa da partida, as duas equipes se alternavam na liderança do marcador. Precisou então aparecer uma jogadora que não estava tendo destaque para decidir a vitória brasileira. A meio de rede Thaisa marcou três pontos seguidos e o Brasil abriu vantagem. Em um ataque de Sheilla, a Seleção fez 25 a 23 e comemorou muito mais um resultado positivo.
