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Pior situação é que mineiro desmaie no resgate, diz ministro

11 outubro 2010 - 11h31Por Redação Douranews, com IG

O ministro da Saúde do Chile, Jaime Mañalich, afirmou ontem que a pior situação que pode ocorrer durante o resgate dos 33 homens presos na mina San José é que um deles desmaie enquanto estiver na cápsula usada para levá-los à superfície.

“O sistema está desenhado para que fiquem de pé, se mantenham respirando e com a máquina de oxigênio bem presa”, afirmou o ministro, que comparou o resgate a uma subida de elevador da base ao topo do Pão de Açúcar (cerca de 700 km de altura). “Porém, se mesmo assim um dos mineiros desmaiar e perder os sentidos, teremos dois caminhos: baixá-lo novamente ou subir mais rapidamente. Vai depender da parte da mina em que ele estiver”, acrescentou.

Depois do resgate, a principal ameaça à saúde dos mineiros será a claridade. Como passaram mais de dois meses presos na mina, os trabalhadores não estão acostumados à luz e terão de sair da terra com os olhos fechados, até que a equipe entregue a eles uma proteção especial. Realizar a operação à noite não solucionaria o problema porque, nesse caso, haverá exposição a focos de luz artificial, esclareceu o ministro.

Mañalich reforçou que, embora a data estimada para o início do resgate seja quarta-feira, a partir das 20h de segunda-feira tudo estará preparado para que um mineiro possa aparecer na superfície “a qualquer momento”.

Essa preparação inclui: a chegada de dois helicópteros, que ficarão de prontidão no acampamento; a reserva de camas em um hospital de Copiapó, para onde os mineiros serão levados; a chegada de uma equipe médica de 20 pessoas; e a montagem de um hospital de campanha. No total, cerca de 150 pessoas vão trabalhar no resgate.

Ordem

Para deixar a mina, os 33 homens serão divididos em três grupos: o primeiro será formado pelos quatro trabalhadores mais ágeis e em melhores condições psicológicas, que poderão dar informações sobre o processo de subida.

Depois sairão os dez mineiros em pior situação de saúde, com problemas como hipertensão e diabete, que poderão dificultar o processo de resgate. Os demais mineiros ajudarão no resgate e, por isso, têm de ser os mais fortes fisicamente.

Mañalich explicou que há uma lista com oito mineiros considerados mais aptos a fazer parte do primeiro grupo. Desta lista, quatro terão de se voluntariar para liderar o resgate. “Eles precisam ter a liberdade de dizer que não querem ir, que têm medo ou não estão preparados”, afirmou Mañalich.

Ansiedade

Segundo o ministro, desde sábado, quando se encerrou o trabalho de perfuração, há uma “ansiedade crescente” entre os mineiros, que já estão dormindo menos. “Agora tudo mudou”, disse Mañalich. “Eles sabem que o túnel está aberto e, agora, começou a contagem regressiva”.

Ainda assim, nenhum calmante será dado aos trabalhadores. “O melhor remédio para a ansiedade é que os tiremos rápido de lá”, afirmou o ministro.