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Idosa morta com pancadas na cabeça teve traumatismo, diz perícia

25 abril 2019 - 14h19Por g1

A Polícia Civil teve acesso ao laudo necroscópico, que apontou traumatismo craniano encefálico no caso da aposentada de 79 anos, morta com pancadas na cabeça em um asfalto. A motorista Pâmela Ortiz de Carvalho, de 36 anos, que confessou o crime, permanece presa e deve participar da reconstituição, conforme pedido do Ministério Público Estadual (MPE-MS).

"O laudo necroscópico apontou o TCE, algo já apontado anteriormente e que foi confirmado com a chegada do exame. O laudo de local ainda não chegou e a reconstituição terá a data marcado quando formos oficialmente comunicados", afirmou ao G1 a delegada Christiane Grossi, que conduziu o inquérito policial.

Pâmela passou por audiência de custódia no dia 26 de fevereiro deste ano, teve a prisão convertida em preventiva e deverá ser ouvida em juízo no dia 6 de maio de 2019. Na conclusão do inquérito, ela foi indiciada por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.Diante a todos os fatos, o MPE-MS pediu a continuidade das diligências, ressaltando a "reprodução simulada para reproduzir a sequência dos atos e fatos que fizeram parte da perícia".

Em entrevista recente, testemunhas que conviviam com a vítima falaram sobre a abordagem da motorista. Na ocasião, alguns moradores do bairro Santo Antônio disseram ainda estar "estarrecidos" com o crime.

"A dona Dirce [Santoro Guimarães Lima] estava no ponto de táxi da rua Barão de Mauá, sentada no banco, aguardando algum deles chegar, quando a mulher chegou de carro. Ela parou e disse: 'Chegou quem a senhora estava precisando. Eu sou motorista, trabalho para os idosos e amo os idosos. Foi assim que ela chegou em casa contando, no mesmo dia que conheceu a mulher", afirmou na ocasião a testemunha, que não quer ser identificada.

Outras passagens da polícia

No dia 27 de fevereiro, um comerciante do bairro Coophavila foi até a delegacia e também denunciou Pamela por estelionato, apresentando um cheque sem fundo, em nome dela, no valor de R$ 350. Ela já possuía antecedentes criminais por estelionato, ameaça e furto.

"A vítima apresentou o cheque e o documento foi apreendido. O cheque, em nome dela, era à vista e isso caracteriza o crime de estelionato, já que não tinha fundo. A conta foi aberta no mês de outubro e, dois meses depois, ela aplicou o golpe. O boletim de ocorrência está sendo feito agora inclusive", falou na ocasião a delegada Christiane Grossi, responsável pelas investigações.

Conforme a polícia, a suspeita ainda tentou despistar a investigação, buscando informações do paradeiro da vítima. Entre outros nomes, Pamela se referia a idosa como "vó, vozinha, vozinha querida". "No dia que descobrimos o corpo, tiramos fotos e mostramos para a Pamela, e mesmo diante de tantas provas contra ela, ela chegou a dizer: 'Nossa, o que fizeram com a minha vozinha?'", disse o delegado Carlos Delano.

A Polícia classificou Pamela como uma pessoa fria, dissimulada e com traços de psicopatia. "Desde o dia que ela chegou aqui, ela manteve o mesmo tom de voz. Sempre se mostrando preocupada com vítima, querendo passar a impressão de uma pessoa boa e do bem. Mas nós sabemos que tudo isso é um grande teatro", comentou Grossi.

Ainda de acordo com a polícia, Pamela só confessou o crime após sete horas de interrogatório, porém, sustentou a seguinte versão: disse que estava levando a idosa para passear e que, em um determinado momento, houve uma discussão entre elas.

Segundo a suspeita, a vítima teria pulado para fora do carro com o veículo ainda em movimento e batido a cabeça no meio-fio. Na sequência, ela diz que "ficou desesperada e bateu ainda mais a cabeça da idosa no concreto", em seguida, levou a mulher para debaixo de uma árvore e cobriu o corpo com galhos. A versão é contestada pela perícia, que localizou uma grande quantidade de sangue no local e o rosto da idosa completamente desfigurado, demonstrando que houve agressão intensa.

A motorista postou há 6 meses em suas redes sociais um vídeo pedindo respeito a idosos. O advogado de Pamela, Edmar Soares, disse que a família da cliente informou que ela tem problemas psiquiátricos, e que a motorista fez questão de dizer que agiu em legítima defesa.

Entenda o caso


A idosa estava desaparecida desde o dia 23 de fevereiro. Quando houve a notícia do sumiço, vizinhos informaram à polícia que a aposentada não costumava dormir fora de casa e mantinha o imóvel todo arrumado. A suspeita atuava como motorista particular da idosa desde julho de 2018.

"Ela vivia sozinha e eles estranharam o fato dela não aparecer no sábado e domingo. Então chegaram a pensar que ela poderia estar morta dentro do imóvel", explicou Grossi.

No outro dia, a polícia encontrou o corpo da idosa na região do Indubrasil . O rosto dela estava completamente desfigurado e havia muito sangue no local do crime, principalmente próximo a um meio-fio.

Pamela foi chamada para prestar depoimento após dois dias. Durante o interrogatório, apresentou contradições e foi presa. Segundo a polícia, a morte da idosa teria sido motivada pelo fato da vítima ter descoberto que a motorista usou o cartão dela para fazer uma compra no valor de cerca de R$ 1 mil em um shopping da capital.

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