O ex-senador, cassado por unanimidade o ano passado, Delcídio do Amaral (sem partido-MS) disse em entrevista à rádio Guaíba de Porto Alegre, ter sido usado como ‘boi de piranha’ do Senado Federal ao fazer comparação com a decisão de 44 senadores que livrou, na terça-feira (17), o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) das imposições do 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal.
Aécio ao ser acusado de corrupção passiva e obstrução de Justiça, teve decretado pelo Supremo com base no artigo 319 do Código de Processo Penal o afastamento das funções parlamentares, ficando obrigado a se recolher em casa no período noturno. Mas com ajuda da maioria dos seus pares conseguiu se livras das medidas cautelares impostas. Diferentemente do que aconteceu com Delcídio do Amaral.
“Infelizmente, acrobacias jurídicas livraram a cara do Aécio Neves. O caso dele é gravíssimo, envolvendo malas de dinheiro e pedido de empréstimo de R$ 2 milhões a um empresário. No meu caso, nem uma perícia nos áudios foi realizada. Não pude me defender”, disse Delcídio. Para o ex-senador, enquanto “há provas de que Aécio é culpado”, o julgamento dele foi realizado de forma injusta.
Boi de piranha
“Eles quiseram entregar um boi para as piranhas, pois o restante da boiada passaria. Agora com Aécio, não tiveram o mesmo entendimento e acharam que sobraria para todo mundo. – referindo-se que vários parlamentares estão na investigação -. Por isso o livraram”, finalizou Delcídio.
A expressão ‘boi de piranha’ é um dito popular brasileiro. Essa expressão designa uma situação onde um bem menor e de pouco valor é sacrificado para que em troca outros bens mais valiosos não sofram dano.
