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Política

Moro diz que não é prioridade de Bolsonaro combater a corrupção

01 maio 2020 - 14h37

“O combate à corrupção não é prioridade do governo”, revela o agora ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, em entrevista exclusiva à revista Veja, que chega às bancas de todo o País na quarta-feira (6), mas que já pode ser acessada por assinantes na internet. Ele diz que que foi descobrindo aos poucos que embarcara numa fria ao aceitar o convite para participar da equipe do presidente Jair Bolsonato.

Moro diz que estava em casa na madrugada da sexta-feira (24) passada quando soube que o diretor-geral da Polícia Federal fora demitido pelo presidente. Mas o episódio foi a gota díágua de uma relação tumultuada. Havia tempo o presidente não escondia a intenção de colocar no cargo alguém de sua estrita confiança. Bolsonaro frequentemente reclamava da falta de informações, em especial sobre inquéritos que tinham como investigados amigos, correligionários e parentes dele, de acordo com a publicação.

Moro classificou a decisão do presidente de pôr um parceiro no comando da PF de uma manobra para finalmente ter acesso a dados sigilosos, deu a isso o nome de interferência política e, na sequência, pediu demissão. Bolsonaro, por sua vez, disse que a nomeação do diretor da PF é de sua competência e que as acusações de Moro não eram verdadeiras. O Supremo Tribunal Federal mandou abrir um inquérito para apurar suspeitas de crime.

Na entrevista a Veja, Moro revelou que não vai admitir ser chamado de mentiroso e que apresentará à Justiça, assim que for instado a fazê-lo, as provas que mostram que o presidente tentou, sim, interferir indevidamente na Polícia Federal. Um pouco abatido, o ex-ministro também se disse desconfortável no papel que o destino lhe reservou: “Nunca foi minha intenção ser algoz do presidente”, diz.

Desde que deixou o ministério, ele passou a ser hostilizado brutalmente pelas redes bolsonaristas, publica a revista. “Traidor” foi o adjetivo mais brando que recebeu. Mas o fato é que Bolsonaro nunca confiou em Moro. Sempre viu nele um potencial adversário, alguém que no futuro poderia ameaçar seu projeto de poder. Na entrevista, o ex-ministro garante, no entanto, que a política não está em seus planos, ao menos por enquanto.

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