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Política

Passaia “denuncia” deputados, vereadores, jornalistas e família Uemura em livro

10 setembro 2010 - 20h05Por Clóvis de Oliveira

O livro “A máfia de paletó” que o jornalista e secretário de Governo da Prefeitura de Dourados, Eleandro Passaia, lança nesta noite em Dourados, é a síntese comentada do relatório da Polícia Federal que conduziu a operação “Uragano” (furacão, em italiano) nos últimos quatro meses e levou para a cadeia, além do prefeito Ari Artuzi e do vice-prefeito Carlinhos Cantor, outras 26 pessoas, incluindo vereadores, secretários municipais, empresários e servidores públicos.

A cópia na extensão ‘pdf’ a que o Douranews teve acesso, mostra um texto que se confunde entre irônico e sarcástico, e outras vezes melancólico, mas em alguns trechos carregado de insinuações que podem levar a Polícia Federal e demais autoridades, como o Ministério Público, por exemplo, a se interessarem por aprofundar ainda mais os trabalhos de investigação.

No livro, Passaia revela tentativas de acordo que teve com profissionais da Comunicação, como o jornalista Valfrido Silva, que mantém um blog de críticas contundentes ao prefeito impedido Ari Artuzi e que teria pedido um carro para a amenizar o tom dos comentários, e com a radialista Kelyana Fernandes, afirmando que ela e o companheiro Marçal Filho, atual deputado federal e candidato a reeleição pelo PMDB, propuseram-lhe desviar dinheiro da Saúde para patrocinar a festa de aniversário que a rádio 94FM promove anualmente.

O autor do livro também observa que o deputado federal Geraldo Resende, candidato a reeleição do PMDB, tinha interesse no “retorno” das emendas parlamentares que conseguia para a execução de obras no Município. Passaia explica que, na linguagem da Administração pública, retorno significa a destinação de parte do dinheiro recebido pela Prefeitura para o autor da emenda, ou seja, propina.

O empresário Sizuo Uemura e o filho dele, Eduardo Uemura, que já haviam sido presos na operação “Owari” (ponto final, em japonês) no mês de julho do ano passado, ocupam parcela considerável das 96 páginas do livro. Passaia chega a revelar uma negociação, com a participação direta de Ari Artuzi, para instalar um novo grupo funerário na cidade, transação que emperrou diante da exigência de R$ 300 mil feita pelo prefeito para agilizar a tramitação legal.

“A máfia de paletó” destina ainda espaços para explicar a participação de vereadores no processo de recebimento de propinas para apoiar projetos do Executivo, o contrato com o Hospital Evangélico, a articulação de assessores dos deputados federais Antonio Carlos Biffi, Vander Loubet e Dagoberto Nogueira e do senador Delcídio Amaral e conta, também, o diálogo mantido com o casal Razuk, o empresário Roberto e a mulher dele, vereadora Délia Razuk, a quem Passaia tece comentários elogiosos. “Apenas a ela”, observa.

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