Aumento de salário de parlamentares era velha aspiração, diz Temer

O vice-presidente eleito, Michel Temer (PDMB) disse que a equiparação dos vencimentos dos deputados e senadores com o salário dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), um aumento de até 61,8%, era uma velha aspiração da categoria.

Temer revelou que a iniciativa foi barrada algumas vezes nos últimos anos, mas o fim da legislatura é o momentos indicado para manobras do gênero. Ele evitou comentar os percentuais e valores, mas ressaltou que é “o custo da democracia” e que sem remuneração, a atividade política só seria possível para pessoas ricas. “Não se sustenta em Brasília sem um bom vencimento.” Pelo texto aprovado os salários passaram de R$ 16.500 para R$ 26 mil a partir de fevereiro.

Mesmo com a aprovação desse projeto polêmico e com os recessos da Copa do Mundo, eleições, e um fim de ano com baixa movimentação por conta de políticos que não se reelegeram, Temer considerou a legislatura a melhor possível e destacou a prestação de contas da Câmara dos Deputados, casa onde foi presidente pela terceira vez.

Questionado sobre a participação de seu partido no novo governo, Temer afirmou que o número de ministérios ocupados permaneceu o mesmo da administração de Lula: seis. “O que diminuiu foi a densidade política, mas isso não incomoda”, garantiu. O vice-presidente avalia que, apesar de ter perdido pastas importantes como a da saúde, a sigla está “assumindo ministérios mais programáticos”, como Assuntos Estratégicos e Previdência. Segundo ele, essa postura ajuda a tirar a imagem de fisiologismo ligada ao PMDB.

Temer afirmou não saber se Ciro Gomes (PSB) será ministro no novo governo, mas disse acreditar que se isso ocorrer, o deputado será contido em suas posições. O vice-presidente declarou haver superado as desavenças com o parlamentar após as críticas feitas por ele ao PMDB. O presidente da sigla também manifestou a intenção aumentar a unidade do partido, nem que isso signifique reduzir seu quadro.