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Saúde

Anvisa autoriza a produção de teste-rápido para detectar o zika vírus

18 novembro 2016 - 17h49

Um ano depois de o Ministério da Saúde decretar a epidemia do Zika vírus como situação de emergência em Saúde Pública, o SUS ainda carece de métodos efetivos e rápidos para o diagnóstico da doença. O quadro, no entanto, pode ser revertido em breve, já que, nesta terça (8/11), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a produção de um teste-rápido capaz de diagnosticar a presença do vírus em qualquer ambulatório.

O procedimento, desenvolvido pela Fiocruz Biomanguinhos e pela empresa norte-americana Chembio, identifica, em 20 minutos, se a pessoa tem ou já teve a doença. Em entrevista ao portal Uol, o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, afirmou que o kit diagnóstico deve estar disponível no SUS em até um mês. "O Brasil vai poder agora dizer algo que é fundamental, determinar os casos que são ou não zika."

Diagnóstico tardio

Três tipos de testes são capazes de detectar o vírus, mas apenas o chamado PCR está disponível na rede pública de sáude. O ministério anunciou, no fim de outubro, a distribuição de 2 milhões de kits até o final deste ano e mais 1,5 milhão até fevereiro de 2017. Enquanto isso, muitas mulheres só sabem que foram infectadas com o Zika depois do nascimento do bebê.

Segundo o professor da Universidade Federal da Bahia )UFBA) e Diretor do Hospital Geral Roberto Santos, Antônio Raimundo, existe uma subnotificação do número de casos no Brasil, já que é complicada a realização dos testes.  “A grande dificuldade é o exame em si. Nós tivemos muitos problemas com o RTPCR, um exame muito caro e que você precisa fazer três vezes”. O infectologista Antônio Bandeira também se queixa de dificuldades. “Infelizmente, a gente tem o Aedes Aegypti transmitindo esses três vírus e tem que ter sistemas melhores de diagnóstico.

De acordo com o Ministério da Saúde, de outubro de 2015 até outubro de 2016, foram notificados 9.953 casos de microcefalia e outras alterações no sistema nervoso. Desse total, 4.797 casos foram descartados e 2.079 foram confirmados como microcefalia. Outros 3.077 casos suspeitos permaneciam em investigação até 22 de outubro. Do total de casos confirmados (2.079), 392 tiveram resultado positivo para o vírus Zika. O ministério, no entanto, considera que houve infecção pelo Zika na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico final de microcefalia.