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Reino Unido enfrenta reação dos EUA para não deixar União Europeia

01 maio 2016 - 11h57Por Redação Douranews

A dois meses do referendo que decidirá sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia (EU), a campanha contra o “Brexit” (expressão em inglês que mistura as palavras Grã-Bretanha e saída) ganhou um reforço de peso. Em visita ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, em Londres na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, entrou em campanha aberta pelo sim – uma interferência indevida, segundo os partidários do não.

“Alguns pensam que talvez venha a haver um acordo de livre comércio com os EUA e a Grã-Bretanha, mas isso não ocorrerá tão cedo”, disse. “A Grã-Bretanha irá para o fim da fila”, anunciou Obama. Após as declarações dele, o resultado em 23 de junho tende a ser apertado, de acordo com a média das pesquisas de opinião organizada pelo jornal Financial Times.

Segundo a publicação, 47% dos britânicos eram a favor de continuar na UE na semana passada, enquanto 41% votariam pela saída. Para Stephen Booth, diretor do centro de pesquisas Open Europe, em Londres, se o Reino Unido deixasse o bloco, haveria interesse mútuo num acordo entre britânicos e americanos devido ao grande volume de comércio entre os dois países. “A questão é quanto tempo isso levaria e se ao Reino Unido seriam oferecidos termos melhores ou piores do que aqueles negociados no Tratado Transatlântico (acordo de livre comércio entre EUA e UE que vem sendo discutido há três anos)”, disse Booth à revista IstoÉ.

Nos últimos meses, Cameron renegociou com Bruxelas os termos da adesão de Londres ao bloco, mas as mudanças foram insuficientes para desidratar a campanha pela saída, que conta com a participação do popular prefeito de Londres, Boris Johnson, do mesmo Partido Conservador que Cameron, e de ministros de seu próprio governo. Dentro da UE, argumentam, os britânicos se submetem a um poder centralizador, lento e burocrático, e a certas regulações que não necessariamente concordam. “Queremos autonomia, não uma Comissão Europeia suprema”, afirma John Petley, gerente de operações da Campanha por uma Grã-Bretanha Independente. A contrapartida, diz o outro lado, é que, do jeito que está agora, o Reino Unido pode ao menos participar dessa legislação. Fora do bloco, entraria num terreno desconhecido não só na economia, que poderia sofrer com a queda do investimento estrangeiro direto e das exportações.