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A polícia investiga a morte de um indígena após um grupo de fazendeiros irem até a fazenda Fronteira, na região de Antônio João, neste sábado (29), cuja propriedade havia sido ocupada no meio de semana por conta do conflito de terras na região. Segundo informações do Departamento de Operações da Fronteira, um corpo foi encontrado todo ensanguentado e ainda não é possível dizer as circunstâncias da morte do indígena.

O coordenador da Funai (Fundação Nacional do Índio) de Ponta Porã, Helder Ribas, afirmou, entretanto, que a vítima foi morta com três tiros. Porém, o porta-voz do DOF, sargento Júlio Arguelho, esteve na propriedade e disse que não viu nenhum ferimento no corpo que indique a causa da morte. Arguelho, porém, não descartou a possibilidade da vítima ter sido assassinada durante o confronto.

O sargento contou que o corpo foi entregue aos policiais por um grupo de indígenas por volta das 15h30, pouco depois da chegada de 40 fazendeiros para recuperarem a área. Naquele momento, aproximadamente 50 índios armados com flechas, facões e facas ocupavam a propriedade. Já o grupo de fazendeiros estava sem armas, segundo ele.

"Eles [índios] vieram de trás de uma casa próxima a um rio arrastando o corpo. Colocaram aqui perto da porteira onde nós estamos. O corpo está todo ensanguentado", relatou o sargento.

O proprietário conseguiu chegar até a sede da propriedade com apoio do grupo e "por pouco não houve confronto com os indígenas", destacou o sargento. Ao todo, desde às 13h30, 16 veículos dão apoio à segurança na área de conflito indígena, sendo 10 da Força Nacional, quatro carros do DOF, um da PM (Polícia Militar) e outro da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

O grupo de fazendeiros deixou a propriedade por volta das 16 horas, escoltado por viaturas da Força Nacional, segundo o G1. O proprietário e os índios permanecem na fazenda. A situação da área já foi controlada e não há informações de confronto.

Retomada

Os fazendeiros que tiveram propriedades ocupadas deram início ao processo de retomada da sede da fazenda Barra na tarde deste sábado. De acordo com a Polícia Militar de Antônio João, eles decidiram retomá-las 'à força' após uma reunião com autoridades políticas no Sindicato Rural da cidade. Segundo a PM, já são nove propriedades ocupadas na regiao, ao todo, por aproximadamente 1.000 índios da aldeia Marangatu. Há a suspeita de que índios paraguaios também estejam entre eles e ajudaram nas invasões.

Nesta semana, proprietários de terras já bloquearam três vezes a rodovia MS 384, entre Antônio João e Bela Vista, em protesto contra a invasão das terras pelos índios. O último bloqueio ocorreu na tarde de sexta-feira (28). Além disso, cerca de 14 famílias de não-índios foram retiradas por indígenas da aldeia Campestre.

Os dois postos de combustíveis do município continuam sem vender combustível em qualquer tipo de recipiente, conforme a PM. A medida de segurança pretende evitar incêndios durante o conflito.

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