O pecuarista José Carlos Bumlai chegou à Superintendência da PF (Polícia Federal), em Curitiba, onde fica detido, por volta do meio-dia (no horário local) desta terça-feira (24) depois de ter sido preso pela manhã, na capital federal, durante a deflagração da 21ª fase da Operação Lava Jato.
À tarde, ele deve fazer o exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal. O procedimento é de praxe após a prisão, segundo o MPF (Ministério Público Federal).
De acordo com as investigações, José Carlos Bumlai utilizou contratos firmados na Petrobras para quitar empréstimos junto ao Banco Schahin. O dinheiro destes financiamentos era destinado ao Partido dos Trabalhadores, de acordo com o procurador do Ministério Público Federal, Diogo Castor de Mattos.
O principal empréstimo em investigação nesta fase era de R$ 12 milhões e teve o valor elevado para R$ 21 milhões devido aos acréscimos. A dívida, de acordo com o MPF, foi perdoada, e a irregularidade foi mascarada com uma falsa quitação no valor inicial do empréstimo.
Em troca deste financiamento, empresas do grupo Schahin conquistaram o contrato de operação do navio-sonda Vitória 10.000, sem licitação, ainda conforme o Ministério Público Federal. O PT ainda não se posicionou sobre as acusações.
Chaveiro abre cofre na residência de Bumlai em Campo Grande
A prisão de Bumlai é preventiva, ou seja, não tem data para vencer. A defesa do pecuarista preferiu não se manifestar nesta manhã. "Por enquanto a defesa não vai se manifestar. estamos tomando conhecimento das alegações do juiz Sérgio Moro", afirmou o advogado Arnaldo Malheiros.
Federal cumore mandados de buscas em usina de Bumlai (Oswaldinho Duarte)
Em Campo Grande, policiais realizaram buscas de papéis na residência que o empresário mantém na capital do Estado, enquanto policiais federais também realizaram buscas, em cumprimento de mandados, na sede da usina São Fernando, localizada na estrada de Dourados para Laguna Carapã, empreendimento do grupo controlado por Bumlai.
