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Polícia

Advogado de Cerveró alega inocência em depoimento

27 novembro 2015 - 19h05Por Do G1/Douranews

O advogado do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Edson Ribeiro, se disse inocente em depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira (27), horas depois de ser preso no Rio. A informação foi confirmada pelo defensor de Ribeiro, Carlo Luchione. O depoimento, segundo ele, teria durado cerca de três horas.

"Ele já prestou depoimento, agora já estamos resolvendo alguns trâmites. O depoimento é sigiloso, mas ele alega inocência das acusações porque havia uma estratégia defensiva  que foi mal interpretada pela acusação", disse Carlo.

Luchione afirmou que a prisão domiciliar e a revogação da prisão preventiva já foram solicitadas. Ao ser questionado sobre a permanência de Ribeiro na sede da Superintendência da Polícia Federal do Rio, Luchione afirmou que o cliente deve ser transferido.

"Provavelmente ele deve ser transferido porque ele tem direito a sala de estado maior, mas isso ainda não está definido. Como ele é advogado, ele pode ir para algum batalhão, aqui tem alguns batalhões que isso é possível de acontecer e pode ser também que eles mandem para algum presídio. Mas o correto seria sala de estado maior", ponderou o defensor.

Advogado é preso ao voltar de Miami
Segundo a Procuradoria Geral da República, Ribeiro fez parte do esquema para tentar interferir nas investigações da Operação Lava Jato, do qual fariam parte ainda o senador Delcídio do Amaral e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual.

Às 9h50, o advogado era levado para a Superintendência da Polícia Federal, na Zona Portuária do Rio. Imagens do Globocop mostram o comboio da Polícia Federal que escoltava Ribeiro. Ele chegou ao local por volta as 10h. Um carro da Polícia Civil também estava no local para fazer exames periciais no advogado.

O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, autorizou a inclusão do nome do advogado  na difusão vermelha da Interpol, que permitiria que Edson fosse preso em fronteiras ou no exterior.

Ribeiro chegou a ser localizado nos Estados Unidos na quarta, mas não foi detido porque era aguardada a decisão do Supremo sobre a inclusão do nome na lista.

Edson Ribeiro é suspeito de ter atuado para ajudar o senador Delcidio do Amaral, líder do governo no Senado, a tentar prejudicar acordo de delação premiada entre Cerveró e o Ministério Público Federal. Ou, caso o acordo fosse firmado, impedir que o ex-diretor citasse o nome do parlamentar e do empresário André Esteves, que foram presos nesta quarta.

Relatório da PGR
O pedido de prisão do advogado consta em um o relatório da Procuradoria Geral da República, que também solicitou a prisão do senador Delcídio do Amaral e de Esteves.

Em diversos trechos, o documento aponta supostas tentativas de Delcídio de “embaraçar as investigações”. Fala em “atuação concreta e intensa” do senador e do banqueiro para evitar a delação premiada de Nestor Cerveró, “conduta obstrutiva” e “tentativa de interferência política em investigações judiciais”. A PGR afirma que os R$ 50 mil mensais prometidos a Nestor Cerveró seriam repassados à  família do ex-diretor mediante um “acordo dissimulado” entre o advogado Edson Ribeiro e o BTG Pactual, do banqueiro André Esteves.

Ainda conforme o relatório da PGR, parte dos valores prometidos a Cerveró seria repassada a partir de honorários advocatícios pagos por André Esteves, ao advogado Edson Ribeiro.

O senador Delcídio do Amaral  também teria prometido a Ribeiro, segundo o documento da PGR, mais R$ 4 milhões em honorários advocatícios.

O relatório foi baseado em gravações realizadas por Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, de duas reuniões recentes – realizadas nos dias 4 e 19 de novembro – com a participação de Delcídio Amaral e André Esteves.

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