A Comissão Externa na Câmara dos Deputados que investiga a Petrobras decidiu nesta terça-feira (22) que irá pedir autorização judicial para ouvir na prisão o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Yousseff, suposto operador de um esquema bilionário de lavagem de dinheiro.
Na última reunião da comissão, no dia 9 de abril, já havia sido aprovado requerimento para ouvir Costa, preso no mês passado na Operação Lava Jato da Polícia Federal, mas faltava aprovar o envio de ofício para a Justiça com o pedido.
Autor dos requerimentos na comissão, o líder do SDD, Fernando Francischini (PR), disse que espera ouvir Costa já na semana que vem. A prerrogativa de se manifestar, entretanto, compete ao próprio Costa, que pode não aceitar falar com os integrantes da comissão externa, que tem poderes bem mais restritos do que uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), sem prerrogativa para convocar pessoas.
A comissão foi criada para acompanhar as investigações sobre o suposto pagamento de propina a funcionários da Petrobrás pela holandesa SBM Offshore, que aluga plataformas petrolíferas, mas os parlamentares querem obter informações sobre outros contratos suspeitos envolvendo a estatal.
Por essa razão, também foi aprovado convite para ouvir o presidente da Astromarítima, Renato Cabral, empresa que aluga navios. A PF suspeita que Costa tenha prestado consultoria, mediante comissão, para empresas contratadas pela Petrobras, entre elas a Astromarítima, abrindo portas para essas companhias dentro da estatal.
"A empresa quer fazer crer que tem contratos lícitos, mas quem no mercado de hoje oferece comissões de 50%?", questionou Francischini, a respeito de algumas transações já reveladas. Com informações do jornal O Globo.
