A obstrução nasal gera deficiências na capacidade de aquecimento, umidificação e filtração do ar pelas narinas, favorecendo que o ar seja inspirado pela boca. Como a respiração compõe as funções vitais do organismo, qualquer desequilíbrio causa inúmeras alterações em diferentes órgãos e sistemas.
“Alterações no crescimento do crânio e da região dentofacial, na qualidade do sono, no desempenho escolar, na fala, na alimentação e na postura corporal são algumas das conseqüências da respiração bucal”, pontua o ortodontista.
O especialista em ortodontia e ortopedia facial Juarez Köhler afirma que a respiração bucal é um dos sintomas mais comuns na infância e seus efeitos são péssimos, trazendo conseqüências para o resto da vida se não houver o tratamento precoce e adequado. “As alterações interferem na qualidade de vida da criança. Desde o nascimento o organismo está programado para respirar pela via aérea nasal e assim deve ser durante toda a vida, mesmo que haja resistências à passagem de ar pelo nariz”, observa.
A respiração bucal influencia ainda o sono das crianças. Ronco, baba noturna, síndrome da apneia e hipopneia obstrutiva do sono (transtorno crônico que obstrui parcial ou totalmente as vias aéreas durante o sono) são alguns dos problemas que dificultam uma boa noite de descanso, ocasionando dificuldades de atenção, concentração e de aprendizagem e hiperatividade.
“Dormir com a boca aberta prejudica ainda o equilíbrio interno e externo da boca e dos músculos, inclusive da língua. O desequilíbrio na musculatura facial gera uma deficiência funcional importante e significativa”, evidencia Juarez.