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HU diz que Município deve assumir parte no atendimento

24 março 2015 - 22h18Por Redação Douranews

A solução apontada pela direção do HU (Hospital Universitário) da Universidade Federal da Grande Dourados para resolver o problema da superlotação da maternidade, situação recorrente e que na última semana chegou a cerca de 220%, é a união de esforços de toda a comunidade, segundo o superintendente Wedson Desidério Fernandes.

Segundo ele, a direção vem dialogando com todas as esferas administrativas para que juntos possam ter, em curto prazo, uma solução prática para o problema. "O HU não pode ser apontado como o responsável por toda a saúde pública de Dourados e da região, pois as prerrogativas também são do município e do estado. E nós temos conversado com todas as esferas administrativas no sentido de unir esforços para, de imediato, resolver a superlotação da maternidade", justificou.

Wedson lembrou que HU é o único hospital de Dourados "porta aberta" para a especialidade de ginecologia e obstetrícia, o que significa que a instituição tem a tarefa de atender todas as pacientes que procuram assistência nessa área. Também é referência em atendimento de alta e média complexidades e é o único da região a realizar partos pela rede pública de saúde, chegando a efetuar até 300 procedimentos por mês. Diariamente, gestantes de 34 municípios da macrorregião da Grande Dourados são encaminhadas ao HU para consultas, internações e partos.

Na quarta-feira (18), por exemplo, o hospital, que tem 25 leitos na maternidade, esteve com 52 pacientes internadas, cerca de 220% de taxa de ocupação.

Alerta

O superintendente também informou que um documento está sendo elaborado pela administração do HU como uma forma de alertar a Secretaria municipal de Saúde sobre os iminentes riscos a que estão sujeitas mães e bebês durante os dias de superlotação da maternidade.

No relatório, que deve ser enviado à Secretaria ainda esta semana, constam dados sobre o número de pacientes atendidas em confronto com a quantidade de leitos disponíveis no hospital, como forma de tentar mobilizar, mais uma vez, a união de esforços a que o superintendente se referiu.

Questionado se a construção do IMC (Instituto da Mulher e da Criança) poderia ser a solução adequada para as freqüentes situações de sobrecarga da maternidade do HU, Wedson explicou que a estrutura resolveria grande parte dos problemas materno-infantis da região, mas que se trata de uma ação a longo prazo.

Problemas com uma primeira licitação e entraves burocráticos vêm prolongando o prazo de espera pela construção do IMC, porém como se trata de um projeto composto de muitos detalhes, necessita ser devidamente analisado. Neste momento, está a cargo da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) realizar uma nova licitação para a conclusão do planejamento e início das obras, disse ele, relatando que a proposta de contratação já foi formatada.

"Não vamos deixar de lutar pelo IMC, em hipótese alguma. Inclusive, estamos em negociação com a UFGD, o deputado federal Geraldo Resende e o Ministério da Saúde para que o prazo do contrato que disponibilizou os R$ 12,9 milhões para a construção do Instituto seja dilatado e possamos, até o final de 2015, finalizar os projetos da obra. No entanto, precisamos de uma solução imediata para a maternidade", ponderou.

Recursos humanos

Além dos problemas estruturais ocasionados pela quantidade insuficiente de leitos obstétricos em Dourados, o atendimento sofre com a carência de profissionais na região. "Os salários na saúde pública não se comparam aos da rede privada e hoje nós operamos com menos da metade do número de médicos que seria o ideal para o adequado atendimento na área de ginecologia e obstetrícia do HU", explicou o chefe da Divisão de Atenção à Saúde do Hospital da UFGD, Luiz Augusto Freire.

Ele frisou que não adianta apenas se pensar em resolver a questão da quantidade de leitos e deixar de lado a realidade dos recursos humanos. Atualmente, o hospital tem 12 médicos atuando em ginecologia e obstetrícia, quando seriam necessários 33, segundo ele. O número pode aumentar em breve, com a contratação dos futuros aprovados em concurso realizado no início de março pela Ebserh e por meio de processo seletivo em andamento pela Fundação Municipal de Saúde e Administração Hospitalar de Dourados.

Projetos

Pensando a médio e a longo prazo em formas de oferecer melhor atendimento na área da ginecologia e obstetrícia, a administração do HU tem três projetos em andamento, que, além de apontar soluções adequadas para a assistência às mães e seus bebês, segue a linha de humanização do parto, proposta pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Em fase de elaboração de projeto, a Casa do Parto Normal tem previsão de licitação para obras em dezembro deste ano. A estrutura, anexa à maternidade, será um local destinado ao parto normal, realizado por enfermeiras obstétricas. Atualmente, o HU conta com três profissionais especializadas nessa área e planeja contratar mais 12.

Com o objetivo de receber os bebês que passaram pela UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) Neonatal, mas que ainda não receberam alta para casa, a UCI (Unidade de Cuidado Intermediário) atualmente conta com 15 leitos. No entanto, a ampliação deste espaço está para sair do papel e, em breve, será publicada a licitação para o aumento da capacidade em cinco novos leitos.

Ainda, a Instituição vai construir a Casa da Mamãe e do Bebê, um local voltado a mulheres que vêm de outros municípios ou bairros mais distantes e que estão com filhos internados no HU. É uma solução tanto para humanizar o alojamento oferecido a essas mães como para liberar espaços que hoje são improvisados para estadia, conforme informou a direção do Hospital Universitário.

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