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Lutadora de boxe do RS rifa prêmios para tratar câncer raro

27 junho 2015 - 16h30Por Do G1/Douranews

É fora dos ringues que a lutadora de boxe Giovana Kreitchmann Cavalcanti, de 25 anos, trava sua maior batalha. Diagnosticada com um câncer raro em 2012, ela lançou uma campanha na internet para arrecadar dinheiro para um tratamento que pode significar a cura. Quatro doses de um remédio devem ser importadas dos Estados Unidos, no custo total de R$ 250 mil. Para alcançar o valor, a moradora de Porto Alegre e um grupo de amigas conseguiram prêmios de luxo para rifas que serão sorteadas em julho.

Até agora, ela arrecadou R$ 186 mil com doações e uma “vaquinha” em um site. O montante oriundo das rifas ainda será contabilizado no próximo mês e pode deixar Giovana mais próxima da sua meta. O câncer é o Carcinoma Mioepitelial de Parótida, um tumor raro que se desenvolve nas glândulas salivares. Em Giovana a doença começou no pescoço e se espalhou por ossos, pulmão e cérebro, caracterizando metástase.

A jovem não conseguiu os resultados esperados com a quimioterapia e radioterapia convencionais. Com isso, os médicos sugeriram o medicamento Nivolumab, que não é comercializado no Brasil. Cada dose custa pouco mais de R$ 20 mil, além dos custos para a importação.

A página no Facebook “Gi - Nocauteando o Câncer”  foi criada há cerca de uma semana e já tem 17 mil curtidas. Com a repercussão, Giovana conseguiu cerca de 40 prêmios para as rifas. Serão sorteados um anel e colar de ouro, um mês grátis de academia e de pilates, vouchers em lojas e jantares, entre tantos outros agrados para quem estiver disposto a ajudar.

“Muita coisa foi aparecendo. Ainda bem, é o que eu preciso. Está fazendo sucesso, bombando. São pessoas iluminadas que estão me ajudando. Falta pouco. Se Deus quiser, vou conseguir”, comenta ela, emocionada com a repercussão da campanha.

Dentro dos ringues
Giovana teve de largar a sua grande paixão, o boxe, em outubro do ano passado. Sem fôlego para lutar e devido a recomendações médicas, ela precisou parar com o esporte. Mas garante que, no futuro, irá voltar.

A rotina nos ringues começou cedo, aos 18 anos, quando também iniciou a faculdade de direito. Concluiu o curso, mas não chegou a exercer a profissão. Ia direto das aulas para a academia. Se pudesse, conta ela, treinaria manhã, tarde e noite. Considerada uma lutadora habilidosa, chegou a nutrir o sonho de virar boxeadora profissional e viver do esporte. E é justamente amparada nessa paixão que ela encontra inspiração para batalhar contra o câncer. Quer voltar a vestir as luvas e entrar nos ringues.

“(O boxe) É tudo para mim. É o que tem me feito vencer desde o início. Minha força. Cada um busca em uma coisa, eu busquei no boxe. Quando eu descobri o câncer, eu descarregava tudo no saco. Não trazia nada para casa. Depois fiquei impossibilitada devido ao pulmão”, relembra.

Mesmo sem ter feito aparições como profissional, o boxe lhe rendeu um bom condicionamento físico, várias lutas na academia, além de o início de uma amizade, com Acelino "Popó" Freitas, campeão mundial de boxe pela Organização e pela Associação Mundial de Boxe. Quando visitou a capital gaúcha, em 2011, o ex-pugilista foi até a academia onde a jovem treinava e convidou os atletas para um desafio no ringue. Ninguém aceitou - exceto Giovana (veja o vídeo da luta abaixo).

“Além de ser espancada e tentar espancar ele, a gente fez uma grande amizade, ele me liga, a gente fala, ele me conforta muito. Eu sei que isso que eu estou passsando é uma fase”, completa Giovana, que diz que sonha em retribuir a visita a Popó e treinar em sua academia, em Salvador, na Bahia.

Com a garra típica dos lutadores, Giovana está pronta para dar seus próximos passos. Em direção à cura e que a aproximarão da volta aos ringues. Força a jovem já mostrou que tem de sobra. Resta batalhar pela arrecadação financeira e aguardar a chegada dos medicamentos.