O cultivo da próxima safra de trigo, que se inicia a partir de abril na região Sul e nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, contará este ano com cerca de 10 cultivares desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Em Santa Catarina e no Paraná, maior produtor nacional do grão, destacam-se cinco cultivares cujas sementes são comercializadas pela Embrapa Transferência de Tecnologia. Na última safra, a mais plantada delas foi a BRS 220, uma variedade de ciclo médio, resistente à ferrugem da folha, moderadamente resistente ao vírus do mosaico, ao oídio e às manchas foliares, bem como moderadamente tolerante ao alumínio tóxico.
Também utilizada pelos produtores do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a BRS 208 se destaca pela resistência às principais doenças do trigo, principalmente à ferrugem da folha, às manchas foliares e ao oídio. Além disso, a cultivar é tolerante ao alumínio tóxico do solo e moderadamente resistente ao acamamento.
Outra alternativa é a BRS Pardela, uma boa opção para o fabrico do tradicional pão francês devido à sua alta concentração de glúten, tenacidade e estabilidade de farinha. Em função da resistência ao acamamento, é particularmente indicada para áreas de fertilidade elevada, onde pode apresentar altos rendimentos de grãos.
Também um trigo melhorado com glúten forte e bem balanceado, indicado para o fabricação do pão francês, a BRS Tangará apresenta boa resistência ao oídio e à ferrugem da folha. A novidade para esta safra é a BRS Albatroz, da classe pão e com excelente potencial produtivo, lançado no ano passado em parceria com a Fundação Meridional.
Para São Paulo, a cultivar mais indicada é a BRS 210, que apresenta porte baixo e resistência ao acamamento, além de moderada resistência ao oídio e à ferrugem da folha e tolerância ao alumínio tóxico no solo. No Rio Grande do Sul, segundo maior produtor brasileiro de trigo, a cultivar da Embrapa mais plantada na última safra foi a BRS Guamirim, uma variedade de porte baixo e alto potencial de perfilhamento, o que garante grande número de espigas por metro quadrado. Classificada como Trigo Pão, a cultivar apresenta ciclo superprecoce e média de força de glúten, sendo indicada para panificação industrial e mesclas de farinha.
Também da classe Pão, a BRS Tarumã é um trigo de duplo-propósito, pois serve tanto para produção de grãos quanto para forragem visando a alimentação animal. Por isso, é indicada para a integração lavoura-pecuária, principalmente leiteira. A BRS Tarumã possui ciclo tardio e moderada resistência ao acamamento, ao crestamento, à debulha natural e à germinação na espiga.
Lançada no ano passado, a BRS 327 apresenta várias características de interesse do produtor, como produtividade, sanidade e tolerância a alguns estresses abióticos. A cultivar é resistente às principais pragas e doenças da cultura, como manchas foliares, oídio, giberela, vírus e ferrugem da folha.
Já a BRS 296 é resistente ao oídio, ao mosaico do trigo, e moderadamente resistente à ferrugem da folha, à giberela, às manchas foliares, ao crestamento, ao acamamento e à debulha natural. A cultivar apresenta ainda ciclo precoce, excelente rusticidade, sanidade e estabilidade produtiva, sendo classificada como Trigo Pão. Tanto ela como as variedades BRS Guamirim, BRS Tarumã e BRS 327 são comercializadas pela Embrapa Transferência de Tecnologia.