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SHOWTEC

Palestras mostram segredo da produtividade

Debate abordou interferência internacional nos resultados da produção

27 maio 2022 - 14h30Por Redação Douranews

O que faz uma lavoura produzir mais? Como driblar a escassez de fertilizantes provocada pela guerra na Ucrânia? Qual a importância que uma plantadeira bem revisada pode ter no resultado da colheita? Essas foram algumas das perguntas respondidas durante o segundo dia de palestras no 25° Showtec, evento que é promovido pela Fundação MS, e se encerra nesta sexta-feira (27) em Maracaju.

Durante os debates em situações que podem significar o sucesso ou fracasso da safra, logo pela manhã, o Dr. Paulo Arbex, do Grupo de Plantio Direto (GPD) da Unesp, falou sobre as boas práticas que podem garantir melhores resultados nas lavouras, como a profundidade da semente no solo e os perigos que uma superpopulação de plantas em uma mesma área. "Mais sementes no solo não significam necessariamente maior produtividade, pois se as plantas precisam brigar por espaço elas não terão energia para se desenvolver", lembrou o professor.

Em seguida, o MSc. Julio Cesar Santos Pereira, da GPD Academy, juntamente o Dr. Arbex, realizou a revisão de uma plantadeira ao vivo, explicando o passo-a-passo e ressaltando os pontos que fazem a diferença na hora do plantio. "Se sua máquina estiver bem regulada, as chances de ela quebrar ou ficar parada muito tempo são menores. Não adianta nada você ter plantadeiras com 12,14, 16 discos se toda hora ela parar porque não está revisada", ressaltou ele.

Para o engenheiro agrônomo Gabriel Barbosa, que trabalha com a produção de grãos, a manhã foi extremamente produtiva. "São palestrantes com muita didática, trazendo o que há de novo em pesquisa e tecnologia. O conhecimento aliado à força de vontade são fundamentais para termos uma safra bem-sucedida", destacou.

Na parte da tarde, a Arena Showtec recebeu os doutores Robinson Osipe, da Estação Dashen, Fernando Adegas, da Embrapa Soja, e Luciano Del Bem Júnior, da Fundação MS, que falaram sobre as limitações e desafios no manejo de plantas daninhas. Enquanto Osipe falou sobre estratégias para driblar a falta de insumos, Adegas mostrou maneiras eficientes de utilizar os pré-emergentes. Ao final do painel, Del Bem Júnior apresentou resultados obtidos pela Fundação MS no manejo de pragas, utilizando combinações de produtos e levando em consideração a ordem dos aditivos na mistura.

A guerra na Ucrânia e suas consequências para a agricultura brasileira não ficaram de fora do debate, sendo uns dos pontos abordados pela Dra. Mariângela Hungria, da Embrapa Soja. Ela lembrou que 85% dos fertilizantes utilizados no Brasil são importados, e ofereceu alternativas biológicas para o fornecimento de nutrientes. Hungria também falou sobre os perigos de organismos inoculantes resistentes à temperatura e defensivos agrícolas. "Recentemente, tivemos um problema gigantesco com a salmonella na fábrica do Kinder Ovo que levou a empresa à falência. Ela veio desde o campo, pois os microorganismos estão cada vez mais difíceis de eliminar", ressaltou ela.

Encerrando o dia, Dr. Godofredo Cesar Vitti, da ESALQ/USP, discorreu sobre o uso eficiente de fertilizantes, que podem amenizar a dependência de produtos importados e obter os mesmos resultados.

douranews