Uma pesquisa feita pelo Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC/USP) está desenvolvendo um coquetel para aumentar o aproveitamento da cana-de-açúcar na produção de etanol e utilizar novas matérias-primas no processamento de bicombustíveis.
De acordo com a Agência USP, o coquetel contém fungos que produzem enzimas e, uma vez injetado em biomassas específicas para a produção de combustíveis (como o bagaço de cana), torna-as mais maleáveis, o que otimiza a obtenção do etanol.
Segundo o coordenador da pesquisa, o professor Igor Polikarpov, no processo de produção de etanol a partir da cana, o caule da planta é cortado e transportado para a usina, onde será esmagado. Aproveita-se o líquido para a fabricação de açúcar e o resto é queimado. Mas é possível utilizar esse bagaço para obter etanol. “Por esse novo processo, pode-se aumentar a produção em pelo menos 150% ”, explica.
As pesquisas também visam ao aproveitamento de biomassa geral, onde se incluem como matérias-primas gramíneas e galhos e folhas de árvores. “É claro que precisamos conservar as florestas, mas também é preciso pensar uma maneira de aproveitar aquilo que está jogado na natureza”.
O Brasil figura como um dos maiores produtores de etanol no mundo, ao lado dos Estados Unidos. Juntos, os dois países são responsáveis pelo abastecimento de 75% do consumo mundial do combustível.