“Isso com certeza deve ter sido discutido entre ela e sua assessoria. Ela não comunicou ao partido. Ela disse ontem, no plenário, que seu voto não era uma questão política, mas de convicção pessoal e, como o Democratas não fechou questão, tem que se respeitar”, afirmou Agripino Maia.
Já a senadora Ana Amélia (PP-RS), que integra a base, fez o caminho inverso de sua colega da oposição Kátia Abreu. A senadora fechou com a oposição, tanto nas votações dos salários mínimos propostos pelo PSDB e DEM quanto no destaque que retirava do texto do projeto de lei a possibilidade de o governo estabelecer o valor por decreto nos próximos quatro anos. A parlamentar, no entanto, comunicou antecipadamente seu posicionamento à liderança de seu partido e alegou tratar-se de compromisso de campanha.
O PMDB, que trabalhou até o último momento para reduzir a possibilidade de dissidências, evitou que parlamentares tidos como votos duvidosos fossem contabilizados para a oposição. Na votação da proposta de R$ 600, os peemedebistas Casildo Maldaner (SC), Luiz Henrique (SC), Pedro Simon (RS) e Roberto Requião (PR), abstiveram-se. Do PMDB, somente acompanhou o PSDB e o DEM o peemedebista Jarbas Vasconcelos (PE).
Os dois senadores do PMDB de Santa Catarina e Pedro Simon mantiveram seus votos, também, na apreciação do destaque do DEM que estabelecia um salário mínimo de R$ 560. Já Roberto Requião acompanhou o colega Jarbas Vasconcelos, com a oposição.
O mesmo se deu na votação de outro destaque, o que suprimia a possibilidade de o Executivo fixar o valor nos próximos quatro anos por decreto. A surpresa nessa votação veio do PDT, com a dissidência do senador Pedro Taques (MT), que também votou a favor do salário mínimo de R$ 560.
O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), vinculou os votos dos peemedebistas a uma “questão de consciência parlamentar”. Ele ressaltou, entretanto, que ao se absterem, os peemedebistas “colaboraram com o governo” uma vez que seus votos não foram contabilizados para a oposição.