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Diretor de Presídio Federal não confirma que ordem para massacre saiu de MS

09 janeiro 2017 - 19h27Por Renata Portela

Após matéria ser transmitida em rede nacional, dizendo que a ordem para a chacina que matou 56 detentos no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim) partiu de Campo Grande, a direção do Presídio Federal aponta que não há indícios para isso. Os internos estavam sem visitas ‘não monitoradas’ há 15 dias quando ocorreu o massacre, no dia 1º de janeiro.

A princípio, a suspeita é de que a ordem para a chacina tenha sido dada por José Roberto Fernandes Barbosa,de 44 anos, o ‘Zé Roberto da Compensa’, apontado como líder da FDN (Família do Norte). A facção teria assumido o massacre que vitimou presos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital), principal rival na disputa pelo tráfico de drogas da região norte do país.

O diretor substituto do Presídio Federal, Bruno Lobo, disse que aproximadamente 15 dias antes do massacre, os presos já recebiam apenas as visitas de advogados. Segundo ele, tais visitas acontecem no ‘parlatório’, onde são monitoradas. “Ele não tinha meios de externar ordens”, afirmou Lobo.

Conforme o diretor, Zé Roberto chegou ao presídio de Campo Grande em 2015, em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), em total isolamento. No entanto, a Justiça decidiu pelo relaxamento da prisão, permitindo visitas ao preso. As visitas de familiares são fora do ambiente do parlatório, ou seja, não têm monitoramento, mas estavam suspensas nas últimas duas semanas de 2016.

O presídio conta com um Setor de Inteligência, que também não apontou indícios de que a ordem da matança em Manaus tenha partido de Campo Grande. Lobo ainda disse que nos dias da chacina não houve qualquer alteração ou tipo de comemoração no Presídio Federal de Segurança Máxima por parte dos mais de 15 presos, apontados como líderes da FDN.