Um dia depois da morte do ministro Teori Zavascki, sepultado neste sábado (21) no Rio Grande do Sul, após o acidente aéreo ocorrido no Rio de Janeiro, uma corrente de juízes federais começou a defender que o presidente Michel Temer indique o juiz Sérgio Moro – responsável pela Lava Jato na vara de primeira instância – para a vaga aberta no STF (Supremo Tribunal Federal).
O nome de Moro surgiu em conversas internas de magistrados da Justiça Federal. O argumento desses juízes é de que Moro é o maior conhecedor da Operação Lava Jato, cujo relator no STF era Teori. No total, estão em andamento na Corte cerca de 40 inquéritos contra 13 senadores e 29 deputados federais.
Contra o juiz pesa a proibição de assumir todos – ou ao menos boa parte – dos processos da Lava Jato, pelo fato de ele ter conduzido os trabalhos na primeira instância, como titular da 13ª Vara Federal de Curitiba.
“Não existe outra pessoa no Brasil que conheça mais a Lava Jato que o Moro. O Teori talvez fosse a segunda pessoa no país que mais conhecesse. Para levar adiante, a pessoa precisa ter muito conhecimento. Se for nomeado agora uma pessoa não familiarizada, teria que estudar os milhares de volumes, conhecer os milhares de provas, ler os milhares de testemunhos”, afirma Anderson Furlan, um dos que defendem essa tese.
Futuro
Diante das mobilizações na internet para que o Moro seja indicado para a vaga, o ministro Marco Aurélio Mello diz que essa seria uma boa solução para o futuro, mas não para agora. Em conversa com o Blog do Camaroti, ele lembrou que o juiz Moro tem um papel fundamental na primeira instância e que sua saída seria prejudicial aos trabalhos da Lava Jato.
Além disso, como ministro do STF neste momento "ele ficaria impedido de julgar casos relativos à Lava Jato", por ter atuado como juiz do caso na primeira instância. "Sem dúvida, o juiz Sérgio Moro é um grande nome para o Supremo, mas para o futuro", afirmou Marco Aurélio.