A Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) confirmou que subiu para cinco o número de possíveis vítimas de abusos sexuais cometidos pelo fonoaudiólogo, Wilson Nonato Rabelo Sobrinho, de 29 anos, que atuava em uma clínica particular em Campo Grande (MS). Com isso, ele pode responder pelo crime de estupro de cinco pacientes.
O fonoaudiólogo foi preso em flagrante no último dia 9 após um menino de 8 anos contar à mãe que estava sofrendo abusos sexuais. Após o primeiro caso ser divulgado, outras famílias procuraram a polícia. Até agora, cinco casos foram confirmados. Segundo a polícia, as vítimas possuem de 4 a 8 anos.
As vítimas, conforme as investigações, eram “escolhidas” pelo suspeito. Geralmente, abusava das crianças com maior dificuldade em se comunicar e oferecia doces para ganhar a confiança delas. O crime sempre acontecia durante as sessões, que não podiam ser acompanhadas pelos responsáveis.
Atuando há pouco mais de um ano em Campo Grande, o fonoaudiólogo pode ter atendido pelo menos 200 crianças. Todas as crianças serão chamadas para prestar depoimento, acompanhadas dos pais ou responsáveis, conforme informado pela delegada que acompanha o caso, Fernanda Mendes.
Wilson foi preso em flagrante no dia 9 de março.
Relato de abusos
A mãe de uma das vítimas, um menino, de 5 anos, que tem deficiência auditiva contou sobre o caso com o filho.
"Agora, a única força que eu tô tendo é de buscar ajuda pro meu filho, sabe, porque a cabecinha dele tá toda deturpada, ele não sabe mais, tá bagunçada. Carinho pra ele, ele não sabe o que é o carinho certo, sabe, tá tudo bagunçado", mencionou.
Há quatro meses, uma outra vítima, um menino, de 8 anos, começava os atendimentos de fonoaudiologia com o suspeito. Na primeira consulta, a mãe, de 38 anos, acompanhou a sessão, mas logo foi repreendida pelo fonoaudiólogo, que avisou que o segundo atendimento seria apenas entre ele e o paciente.
A empresária começou a reparar comportamento atípico no filho há um mês. Segundo a mãe da vítima, o garoto teria perguntado ao irmão mais velho se "era normal o tio [fonoaudiólogo] passar a mão no pipi" dele.
Chorando muito, o menino relatou os abusos à mãe. De pronto, a empresária mencionou que tentou abordar a situação com o filho mostrando que a culpa não era dele. Relatando à mãe, o menino disse que o fonoaudiólogo trancava a porta do consultório, colocava música, pedia para a criança subir na maca e iniciava os abusos.
"O fonoaudiólogo pedia para passar a mão no pipi dele. O abusador abaixava o short do meu filho, passava a mão e pedia para que o meu ele fizesse a mesma coisa com o fono, mas a criança disse que não sabia o que estava fazendo", contou.